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terça-feira, setembro 16, 2008

VinhoaCopo Convida - 11/set: descrições de prova

Mimados! Fomos mimados! Neste segundo VinhoaCopo Convida, o restaurante Ágora, na pessoa do Paulo Marques, elevou esta nossa ideia para patamares de excelência que dificilmente serão igualados.

Conversado um menu orçamentado em 20€, ninguém imaginava a magnitude do evento preparado. Eu próprio, apenas sabia qual era a sobremesa de modo a seleccionar um vinho que não desafinasse a orquestra.

Por isso, a surpresa foi grande. Chegados, encontramos uma mesa composta a rigor para os convivas e outra, de igual tamanho, com uma parafernália de objectos para o serviço de vinhos: vários decanters, copos de prova, saca-rolhas, cuspideiras, baldes com gelo, mangas para esconder os rótulos, termómetros, etc. Quase tudo da Riedel. Um luxo, portanto!

Na mesa do repasto as surpresas continuaram. O jantar teve direito a menu individual, devidamente plastificado, evocativo da data e com descrição dos pratos que iríamos degustar. Um regalo para a posterioridade! Este crescendo de surpresas culminou na leitura do menu preparado pela equipa do Ágora:

Entradas
Sushi de presunto com ameixas e queijo, brinca com shot de melão e pimentos
Carapus alimados
Peixinhos da Horta

Pratos
Pratão de enchidos (espetada de linguiça com manga grelhada, espetada de morcela com ananás grelhado, bolinhos de alheira de caça com molho barbecue)
Arroz de cara de bacalhau com poejo
Secretos de porco preto com massada de feijão

Sobremesa
Duo de chévres da Maçussa com marmelada
Creme queimado com figos caramelizado e gelado de canela

Café
Sonhos de uva D. Maria com caramelo rota das especiarias

Não estávamos à espera de tantas e tão boas iguarias. Nem sempre os vinhos que levámos, e aqueles que foram levados pelos restantes participantes, casaram com os petiscos. É natural quando, por um lado, não conhecemos a ementa e, por outro, não conhecemos os vinhos. Mas isso é de menos. Estes eventos também não se pretendem demasiado rígidos.

As hostilidades iniciaram-se nos brancos como manda a tradição. É sabido a nossa parca colecção de brancos pelo que recorremos às novidades existentes no restaurante e à boa vontade daqueles que aceitaram o nosso convite.

Aneto 2007 (Douro)
Cor dourada. Notas de madeira fumadas. Fruta tropical madura (alguma geleia). Um vinho gordo, cheio, para pratos mais encorpados e/ou apreciadores de tintos.

Marquês de Riscal Verdejo 2007 (Espanha- Ruenda) +
Cor citrino ligth. Aroma a fruta fresca, citrina, maçãs ácidas em oposto ao Aneto. A boca é leve apostando na frescura da acidez. Um pouco curto.

Castrus de Melgaço Alvarinho 2007 (V. Verdes) +
Cor citrino. Um alvarinho que passou na madeira e nota-se ao primeiro impacto as notas fumadas. A boca apresenta boa acidez com notas de fruta fresca mas mais encorpado que o anterior.


Nos tintos tivemos uma lista recheada de bons títulos (à partida, claro):

Gouvyas 2005 (Douro)
Primeiro impacto abaunilhado. Ligeiro toque lácteo. Após arejamento aparecem os frutos silvestres maduros. A boca é impositiva com boa estrutura e acidez a amparar a fruta. Os taninos ainda andam um pouco à solta provocando um final de boca adstringente.


Marquesa de Cadaval 2005 (Ribatejo)
Aroma pesado marca o nariz. Algum couro. A precisar de decantação. A boca é mais positiva num conjunto pouco brilhante mas ainda assim equilibrado. Toque amargo final. Muito dificilmente convence o preço pedido.


Vinha.Paz 2006 (Dão)
Aroma efusivo. Maduro com notas típicas da Touriga Nacional. A boca mostra-se um pouco gulosa com notas doces mas que a boa acidez não deixa ficar enjoativo. Um vinho de agrado fácil e generalizado.


Conde de Santar 2005 (Dão)
Aroma fresco. Frutos silvestres num registo elegante e equilibrado. Ligeiros balsâmicos. Madeira bem integrada (ou seja, não se dá por ela). A boca mantém o mesmo registo fresco, nada cansativo, apetecível ao contínuo beber. Taninos impecáveis num vinho muito bem feito e que só nos apetece beber muito.


D. Maria Reserva 2004 (Alentejo)
Aroma quente, poderoso a frutos pretos maduros. Algumas notas doces da barrica. A boca é cheia. Final guerreiro a projectar o vinho para uma dimensão extra fruta. Sensação final alcoólica que o penaliza.


Qt. Touriga Chã 2005 (Douro)
Curiosamente ou não, e nesse caso é imagem de marca, o nariz é igual ao 2003 que também aqui já dei conta da prova. Muito fumados da barrica tapam a “uva”. A boca já é outra coisa. Um daqueles raros vinhos que alia a força à elegância dada pela frescura que apresenta. Muito boa boca com final gostoso e prolongado. Pena, para o meu gosto, a escolha de barricas.



E para sobremesa tentámos levar algo que fosse buscar os caramelos e torrados da sobremesa:

Blandy’s Malsay 5 years (Madeira)
Cor de caramelo brilhante. Aroma intenso a notas de caramelo, açúcar mascavado e frutos secos. A boca confirma os aromas torrados. O doce próprio deste tipo de vinhos é amparado pela famosa acidez dos Madeira. Ainda assim, neste caso convém refrescar bem. Casou bem com o creme queimado e puxava ainda melhor pelo figo caramelizado.



O comentário final foi unânime. Excelente jantar providenciado pelo Ágora. Parabéns a toda a equipa. Nos vinhos, como é evidente e saudável, a ordem de gosto não foi consensual. Cada um ordenava o rol de vinhos provados nas mais diversas combinações. Mas tudo num espírito positivo, galhofeiro e respeitoso da opinião pessoal de cada um. Um momento de muito bom convívio entre malta que já se conhece há muito e amigos apreciadores que esperamos continuar a conhecer.


Terminamos com uma pré-marcação de agenda para o dia 02 de Outubro (voltamos à primeira 5ª feira do mês). No entanto, como sempre, um post dedicado ao próximo VinhoaCopo Convida será publicado junto à data da efeméride.


Um abraço,
A malta do VinhoaCopo

p.s.(1) Notas: (+) trazido pelos participantes.
p.s.(2) Estas descrições de prova e classificações atribuídas são de minha
responsabilidade e só me comprometem a mim.

2 comentário(s):

Pedro Sousa P.T. disse...

Realmente o jantar foi um sucesso, acho até que o convívio ficou para segundo plano, pelo menos nos momentos iniciais, pois estava-mos todos absorvidos pela ementa. Pena é eu ter chegado atrasado, mas para a próxima vou tentar não me perder, e levar o numero do tlf. do restaurante no bolso.
Quanto aos vinhos, em minha sincera opinião o rei da noite foi o Dona Maria reserva, isto falando na globalidade, poreque em elegância o Conde e Santar foi o nº 1.
A desilusão da noite foi o Marquesa do Cadaval, que quanto a mim, ficou longe das expectativas. Também esperava melhor do Govyas.
Quanto aos brancos, concordo em absoluto com as tuas notas, penso é que o Alvarinho deveria estar um pouco mais frio, para ser bem desfrutado. Bem mas isso foi culpa minha...
Abraço.

Anónimo disse...

Olá amigo,

sou brasileiro e também tenho um blog sobre vinhos.

Gostaria que voce fizesse uma visita e se interessar, podemos fazer uma troca de links nos nossos blogs.

Qualquer coisa entre em contato

Jean
www.otanino.blogspot.com
otanino01@gmail.com

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