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terça-feira, novembro 11, 2008

VinhoaCopo Convida - 06/nov: descrições de prova

A expectativa era alta e não foi defraudada. Noite de grande convívio enófilo. Comida impecável. Serviços personalizado. Vinhos de categoria superior. Amigos e apreciadores de excelente espírito. Tudo contribuiu para mais uma grande noite do VinhoaCopo Convida.

O Jacinto brindou-nos com um menu degustação no qual brilharam:


Entradas
Queijo de cabra gratinado com mel
Alheira com ovo de codorniz sobre brócolos picados
Cogumelos com bacon


Pratos
Tranche de cherne com molho de cataplana

Sonhos de garoupa com açorda de ovas
Secretos no forno com misto de legumes grelhados

Sobremesa
Petit Gâteau com sorbet de limão.



Se nos anteriores jantares do VinhoaCopo Convida a selecção de vinhos foi de bom nível, neste jantar o conjunto de vinhos apresentados (nomeadamente nos tintos) foi na quase totalidade de nível superior. Por ordem de prova:

Ad. Coop. Borba Antão Vaz e Arinto 2006 (Branco) * – Cor amarelo dourado. Aroma pouco frutado já mostra ligeira evolução. Boca curta de fruto citrino. Final ácido e ligeiramente amargo.

Zéfyro 2007 (Branco) – Cor muito ligeiro palha. Aroma um pouco mais frutado que anterior. Notas tropicais mas sempre contido. Na boca o 1º impacto é doce mas rapidamente passa a um final seco e com toque amargo.


Ad. Coop. Borba Alfrocheiro 2006 * – Aroma muito efusivo. Notas vegetais, químicas, frutos maduros. A boca é madura e inicialmente doce. Final muito extractivo com notas medicinais. É um vinho que dá tudo de rompante e não sabe dosear a
“oferta”. Esta casta, já em outros vinhos, não faz nada por mim.


Preta 2005 + – Aroma com muitas notas vegetais. Muito pimento. Os 73% de Cabernet e 27% de Touriga não perdoam. Ligeiro couro. A boca recompõe-se para um maior equilibrio. Ainda assim num estilo fora do Alentejo maduro. O perfil é mais vegetal, mais ácido. Final ligeiramente ardente. Um vinho que é penalizado (por mim) devido ao aroma. Dizem que é preciso decantar. Teve azar e não foi (mas quantos também não o foram?).


Esporão Private Selection 2004 – Aroma com notas de frutos silvestres maduros, especiarias e ligeira baunilha da madeira. Na boca a fruta de grande qualidade aparece-nos gulosa. Taninos firmes mas domados mantém a vinho num registo de grande prova. Cheio e final apetitoso. Um vinho que à temperatura correcta bebe-se muito facilmente e com muito prazer.


Qt. Marias Touriga Nacional Reserva 2006 + – Aroma fresco, contido sem grandes alaridos da Touriga. Ligeira madeira mas tudo num registo contido. A boca é fresca, com a fruta amparada pela boa acidez. Vinho extremamente gastronómico que se bebe muito sem cansar. Em relação ao ano anterior está diferente no perfil: tem um pouco menos de corpo e estrutura mas por outro lado está menos taninoso e mais pronto a beber (o que para mim, que gosto de beber e não guardar, é excelente).


Lavradores de Feitoria Grande Escolha 2004
– Aroma maduro. Frutos maduros e ligeira madeira. A boca continua cheia e focada no fruto. Esta concentração tira-lhe (e foi evidente face aos seguintes) complexidade e dimensão extra. É um vinho guloso mas que se não for servido à temperatura correcta pode-se tornar cansativo e alcoólico.



Gouvyas Vinhas Velhas 2005 * – Aroma complexo. Frutos vermelhos bem conjugados com notas de bosque, ligeiros balsâmicos. Madeira no ponto (ou seja, sem se dar por ela). A boca é muito equilibrada. Fresco, com estrutura e persistência final. Continua ser um dos vinhos mais equilibrados do Douro de topo. Apetece sempre beber mais.


Passadouro Reserva 2005 – Fechado no aroma. A fruta tapada pela presença da madeira. A boca mantém o mesmo estilo fechado apesar de se notar um vinho de boa qualidade. Frutos pretos, boa estrutura e taninos firmes mas finos. Final ligeiramente seco à madeira. Pena, neste momento, o excesso da mesma.



Niepoort LBV 2004 – Aroma a fruta madura, chocolate e erva-doce. O típico vintage novo mas mais aberto e doce. A boca é muito gulosa nas componentes referidas em cima mas consegue ter bom corpo e acidez para não se tornar enjoativo. Boa garra final tornam este o
LBV da Niepoort que mais gostei nas últimas edições. O preço é imbatível (cerca de 10€ nas melhores garrafeiras).


Vou ser muito curto: excelente jantar enófilo. Um grande obrigado ao restaurante Jacinto pelo menu proporcionado. Resta-me despedir deste e deixar no ar a ideia de que em Dezembro poderá haver um VinhoaCopo Convida Especial de Natal em data a anunciar.




p.s.(1) * oferecido por produtores; + trazido por participantes
p.s.(2) O vinho Qt. Marias foi prontamente substituído pelo restaurante Jacinto visto que a 1ª garrafa trazida por um dos participantes apresentou forte sinais do problema denominado “rolha”. Um muito obrigado.

3 comentário(s):

Pedro Sousa P.T. disse...

Caros amigos é sempre um prazer estar na vossa presença,
mais uma vez. Para mim o rei da noite foi o Esporão Privet Select 2004, e gostei muito do Quinta das Marias. Quanto ao resto, os brancos desiludiram-me um pouco(para a próxima vou tentar melhorar o score), o LBV ia muito bem, e o resto dos tintos, ao mais alto nível, tirando o Alfrocheiro.
Parabéns pelo encontro.

Abaço

Unknown disse...

Raios ! Já sabia que seria um óptimo jantar mas desta não deu... Guardem um lugar para mim no próximo! António

Anónimo disse...

Eu bem ameaço que lá vou, mas desta vez, de facto, com jogo do Benfica à mesma hora, a opção recaiu em jantar entre amigos... mas em casa e em frente à televisão. Com uns bons bifes e umas garrafitas a fazer companhia...
Pior foi o resultado do jogo. Ainda por cima o Jacinto é um dos meus restaurantes preferidos, há 2 anos fiz lá o meu jantar de aniversário. Vamos lá ver se é para a próxima que consigo aparecer.

Abraços

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