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segunda-feira, julho 31, 2006

Horta dos Brunos

Restaurante ali para os lados da Estefânia, em Lisboa. Rua da Ilha do Pico, na esquina com a Rua Cidade da Horta. Esta quinta-feira, em jeito de aliviador de stress de uma semana complicada, o Cristo levou-me a mim e ao Nuno a conhecermos este restaurante. Pequeno, confortável e decorado de forma simples mas agradável, é a montra de garrafas de vinho que se destaca. Estão lá todos os rótulos das grandes estrelas da actualidade. Concluo, que o dono é pessoa atenta aos guias de vinhos, além de bem relacionada no meio.

Pedro Filipe, de seu nome, o nosso anfitrião, faz de tudo um pouco. Recebe as pessoas, vai estacionar o nosso carro, serve às mesas, vai lá dentro arrear um sova nos bifes e rectificar os temperos. Apesar de andar sempre a correr ainda temos tempo para em conversa descobrirmos que já trabalha no ramo da restauração à cerca de uma dúzia de anos. O Orelhas, O Mattos e o próprio Horta dos Brunos, antes de o comprar aos anteriores proprietários, foram as suas “escolas”. De todas, nota-se que escolheu o Orelhas como modelo a seguir. Sendo algo redutor, diria que este é uma versão melhorada do Orelhas. E porquê? Também aqui nunca vi qualquer ementa, qualquer preço, não escolhi o que queria comer e segui aquilo que o Pedro nos ia sugerindo. Formato: entradas, mais entradas, um pouco de peixe ou carne grelhada, sobremesas à descrição.

Primeiro que tudo decidiu-se o tinto:

Herdade do Perdigão Reserva 2003 – Aroma perfumado a fruta madura. A boca é inicialmente suave e frutada mas termina forte e com taninos algo rugosos. Falta-lhe equilíbrio.

Qt. Gaivosa Vinha do Lordelo – Alguma madeira e tosta no aroma. Impacto doce e alcoólico (15º) com final seco. Alguma especiaria. Em construção, falta-lhe elegância.


Depois sentámo-nos e começou o festim. Salada de polvo, rodelas de paio, alheira, sortido de fritos (chamuças, rissóis de camarão, pasteis de bacalhau), dois tipo de queijo, pimentos padron, pimentos vermelhos com alho, tiras de entrecosto, janquizinhos fritos e amêijoas à bulhão-pato. Disto tudo, tenho que referir as melhores amêijoas que já comi (existe por ali uma fritura com alho e louro que lhe dá o gosto especial), as pequenas tiras de entrecosto (gaitada) salpicas de sal grosso e uns jaquinzinhos que pareciam batatas fritas ao palitos de tão pequenos e gulosos que eram.

Confesso que, muito provavelmente, a partir do meio das entradas já estava a comer por gulosice. Eu, geralmente, não como muito ao jantar, principalmente de semana. Depois disto tudo, chega à nossa mesa uma travessa com três medalhões de vitela e várias plumas de porco preto. Roubei uma tirinha de vitela e uma pluma para provar. Cheio, ainda assim consegui apreciar mais a pluma, apesar de reconhecer que a vitela era de grande qualidade.

Seguiram-se as sobremesas. Encharcada de ovos (não sou apreciador de sobremesas em que o binómio ovos/açúcar predomina), um excelente pudim e por fim uma mousse de chocolate gelada. Conceito interessante, ainda assim preferi deixá-la derreter um pouco. Uma delícia. Serviu-se:

Qt. Noval LBV 1999 Unfiltered – A garrafa já estava aberta (sensivelmente a meio). Apesar de ter sido fechada com o sistema Vacuvin, notou-se logo que já tinha perdido alguma vivacidade. Devido a isso não atribuirei nota.

Graham’s 20 anos – Excelente aroma. Algum fruto seco onde predomina a casca de laranja. A boca não acompanha o aroma. Nota-se um pouco o álcool e perde-se as notas mais citrinas. As sobremesas também não ajudaram. Ligeiramente mais fresco, com uma torta de laranja é capaz de ser um must.


Encontram-se quase todos os grandes vinhos que têm feito sucesso ultimamente e a preços muito em conta. É preciso é saber “conversar” com o Pedro. Os copos são excelentes (Riedel) e apenas tenho um reparo a fazer à temperatura de serviço. Não havendo espaço para caves refrigeradoras é utilizado um sistema desenrasca (mesmo à tuga), junto da máquina de tirar imperiais, para refrescar o vinho. O problema é que esse refrescamento além de não ser controlado (o vinho chega sempre fresco de mais) é demasiado rápido, sofrendo o vinho um choque térmico que os especialistas não aconselham.

Existem duas opções ao visitar este restaurante. Ou controla a refeição desde princípio (dizem que é possível) ou se deixa envolver no frenesim de comida que nos vai surgindo na mesa a um ritmo alucinante. De grande qualidade mas algo excessivo, para quem não come muito, aconselho a pôr cedo um travão. Um conceito de restaurante que nem toda a gente aprecia por ser demasiado intromissivo e no qual o cliente tem pouco controlo. Haverão outros que o adorarão pois não se importam de ser guiados e até gostam de “conversar” os preços praticados. Por falar em preços, não sendo barato, posso dizer que se fosse a uma garrafeira comprar apenas as duas garrafas de tinto servidas, o dinheiro que paguei por este jantar não me chegava. Aconselho uma visita.

5 comentário(s):

Paulo Pacheco disse...

wou muche pagaste pá???

Anónimo disse...

Keep up the good work Boating auctions

Anónimo disse...

boas
é sempre bom saber que dizem bem do meu antigo restaurante e mais me alegre sabendo que fui eu que levei o pedro para a horta .
que todos comam pelo melhor que bem sei o que digo .
bruno pires

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

O website do restaurante é este .
Já se passaram 12 anos mas a garrafeira continua extensa e com qualidade.

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