Vamos concretizar um sonho! Vota Luís Pingu Monteiro!

sexta-feira, março 27, 2009

Terminus Grande Escolha 2009


Passaram já 24 horas sobre o regresso a casa após o jantar do "Vinhoacopo Convida Grande Especial" e serve este post para agradecer às cerca de 30 pessoas presentes no jantar de encerramento do Vinhoacopo.blogspot.com.

Pronto, está dito. Fechou.

Tal como o Rui referiu, muita coisa muda em 3 anos, e a disponibilidade (não o interesse) já não é a mesma, e opções têm de ser feitas, pelo que, em alternativa a deixar o blog moribundo, decidimos oficializar o encerramento do mesmo, e nada como fazê-lo em grande estilo.


Obrigado a todos os que de alguma forma ajudaram a construir este blog, dizendo mal, dizendo bem ou simplesmente dizendo. Foi uma experiência muito enriquecedora principalmente a nível humano. Sempre tentámos fazer deste blog um canal diferente de comunicação, ou seja, deixar espaço a que os consumidores pudessem ter uma palavra a dizer.

Falando por mim nunca tive qualquer ambição a ser crítico de vinhos (principalmente porque não tenho o mínimo jeito), mas sempre me considerei no direito de, enquanto consumidor, passar a minha visão do mundo dos vinhos. Nunca foi nossa intenção medir a qualidade dos vinhos, mas sim de alguma forma medir a nossa relação com eles. Nunca foi nossa intenção seguir a favor da corrente, e julgo termos conseguido isso em alguns momentos. Nunca foi nossa intenção rivalizar com quem quer que fosse, apenas criticar e ajudar a melhorar o que achávamos que não estava bem. Sempre foi nossa intenção ajudar a integrar mais gente no mundo do vinho, pessoas que se pudessem de alguma forma identificar com 5 tipos que gostam de vinho, e que pudessem perceber que não é preciso nada de especial para começar a beber melhor vinho.


Como já estava dentro do espírito do encerramento, não tenho notas sobre o jantar. Apenas 2 coisas, um grande agradecimento ao Restaurante Jacinto por mais uma vez nos ter recebido em grande estilo e com enorme qualidade, e uma nota para dizer que o Terminus até estava bom... cuidado enólogos do mundo, a malta do vinhoacopo revelou-se na arte do loteamento.


Sem qualquer mágoa vos digo até breve, pois iremos certamente encontrarmo-nos por aí.

RR

sexta-feira, março 06, 2009

VinhoaCopo Convida Grande Especial

O próximo jantar é especial. E é especial por diversos motivos. Por um lado, é o último jantar que faremos sobre o desígnio VinhoaCopo Convida. E por outro lado, é um jantar de apresentação do vinho Terminus Grande Escolha. Trata-se de uma edição única numa garrafa apresentada em formato magnum. Por se tratar de um loteamento de diversas regiões e anos de colheita é considerado vinho de mesa (e nós ralados com isso). Apesar de estar no segredo dos Deuses, podemos adiantar que é um vinho tinto constituído em partes iguais de Tinta Albuquerque, Tinta Antunes, Tinta Caldeira, Tinta Duarte e Tinta Ramos.

Para este prestigioso evento seleccionamos um restaurante que temos frequentado de forma recorrente: o Jacinto. Não lhe estamos a fazer favor nenhum quando escrevemos que se trata dos melhores restaurantes de Lisboa a tratar o enófilo que queira comer bem e beber melhor. O Jacinto já tinha acolhido um VinhoaCopo Convida anteriormente com grande sucesso e mais uma vez aceitou preparar um menu gastronómico na ordem dos habituais 25€ sem incluir vinhos e digestivos.

Sem dramatismos, alaridos, ou sentimentos de pena, foi esta a maneira que encontramos de celebrar o fecho de um ciclo que tivemos o prazer de viver. Assim, quem se quiser juntar a nós na prova desta edição única e inestimável (superior ao cuvée dos Douro Boys, pois estes artistas são de outro nível :)), mande-nos um mail a mostrar a intenção de comparecer no Jacinto no dia 25 de Março (quarta-feira) por volta das 20:30.

Um abraço,
A malta do VinhoaCopo

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Blogs – Uma oportunidade perdida! por João Geirinhas

Engraçado este comentário do João Geirinhas no "seu" novo site. "Blogs – Uma oportunidade perdida!
João Geirinhas, Os blogs de vinho andam chatos!"

Não somos nem queremos ser comentadores profissionais.

Não temos nem queremos ter obrigação de escrever.

Se surgimos foi porque o que existia simplesmente não servia para discussão, era "dominado" por meia dúzia de intervenientes com os seus interesses escondidos e mascarados nas notas e comentários.

Engraçado é falar agora de papo cheio, como quem chegou triunfante para arrasar a concorrência.

Meu caro, originais somos nós todos que não ganhamos um tostão com os nossos comentários.

Ninguém nos paga pelos horas dispendidas a conversar e a apreciar este nosso denominador comum que é o vinho.

Pelo contrário, somos todos nós "cópias e imitações" como nos chamou, que lhe pagamos mensalmente o seu ordenado com as nossas assinaturas e idas a eventos por vós organizadas.

Fazemo-lo por gosto.

Gastamos dinheiro neste hobbie por gosto.

Espressamos a nossa opinião por gosto- "Peço desculpa Srº Drº por ser diferente da sua (ou dos seus interesses ...)".

Somos nós, através dos nossos meios de comunicação, que trazemos amigos e conhecidos para esta área.

Sem nós, "cópias e imitações", vocês não são tinham crescido.

Sem nós, "cópias e imitações", V. Exas. "Os Originais" ainda tinham um site desinteressante e sem participação.

Resta-me agradecer a Deus por ser tão benevolente e ter mostrado o Caminho da LUZ a esse senhor Original.

O futuro dos blogs de opinião

A Revista dos Vinhos aproveitou a entrega dos Prémios de Melhores do Ano para anunciar o ressuscitar do site oficial da revista. Este acordar do mundo dos mortos teve o cuidado de ser feito com alguma ponderação. Não será uma obra-prima do ponto vista estético mas também não foi isso que o levou anteriormente ao estado de coma induzido. Existem dois aspectos que, a meu ver, são essenciais para o sucesso desta nova vida na internet. A base de dados de classificações de vinhos e o fórum de discussão.

A base de dados de classificações de vinhos era um dos calcanhares de Aquiles do antigo site da RV. Tinha muito lixo. Pouco estruturado, homogeneizado e uniformizado. Confuso e, na prática, inútil. Esta nova versão surge de forma consistente, apesar de ainda só ter provas recentes (espero que seja carregado histórico), e eficiente (bom sistema de ajuda na identificação de nomes de vinhos a partir de uma palavra).

O outro calcanhar de Aquiles, não tivesse este dois pés, era a participação e interacção dos leitores: inexistente. Neste ressurgimento, a RV percebeu que os leitores de hoje não se contentam com a leitura passiva. Gostam de responder. Contra-argumentar. Criticar. Fazer ouvir a sua voz. Porventura, o aparecimento dos Blogs e Fóruns de discussão na internet, ajudou a aumentar o universo de leitores realmente exigentes. Não é surpresa, portanto, que a RV tenha incluído neste lavar de cara um fórum de discussão. De forma inteligente, centra em si um conjunto de opinadores (no melhor dos sentidos) que se encontram dispersos em vários blogs (incluindo neste) e, ao mesmo tempo, retira a cada um destes (blogs), inevitavelmente, algum do protagonismo que estes tinham na ausência de uma entidade aglutinadora (especialmente, os desalinhados com a NovaCrítica).

É normal portanto perguntar: continuará a fazer sentido manter um blog de opinião de forma autista, falando para dentro e sozinho?

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

3º Aniversário

Quando nos esquecemos do aniversário dos nossos filhos, é mau! Ora foi o que aconteceu aqui com o nosso bebé. Três anos feitos na semana passada. Três anos de crescimento (se me permitem) feito aos tropeções. Três anos de ritmo inconstante. Três anos de algumas traquinices engraçadas e de muitas sem graça nenhuma. Três anos de aprendizagem. Três anos de muitas batalhas perdidas e pequenas vitórias morais conseguidas. Três anos de vida.

O nosso bebé começou por ser "assexuado". Indefinido. Espontâneo. Surgiu da vontade pouco consciente de um grupo de amigos. Surgiu porque era fácil surgir. É fácil abrir um blog. Como qualquer pai sabe, o difícil é educar, cuidar, definir, crescer, manter. O difícil é o depois.

Rapidamente definimos-lhe um sexo. Um rumo. Definido à imagem dos pais, para o bem e para o mal, o nosso bebé estabeleceu-se como um blog de crítica, de opinião, de pensamento. Afastou-se da maioria dos blogs existentes que têm por base a prova de vinhos. Porventura, os pais tem mais jeito para a converseta do que para a prova.

Esta definição de tipo não nos impediu de lhe quereremos alargar os horizontes e tentámos dotá-lo das mais diversas armas de sobrevivência. Tentámos torná-lo mais participativo, mais social, mais engraçado, mais interessante, mais dotado. Não conseguimos. Nesta procura do "mais" encontramos o "menos". Menos vontade. Menos participação. Menos motivação. Menos regularidade. Menos paciência.

As razões, para tamanho afastamento entre pais e filho, são várias. Os pais já não são os mesmos que fizeram o filho. Estão diferentes. As circunstâncias mudaram. As vidas são outras. Por outro lado, a definição do rumo foi, logo à partida, uma decisão que lhe viria a marcar o destino. Enquanto novos vinhos e colheitas para provar e classificar não faltam, as temáticas dignas de crítica e discurso escasseiam. Resta-nos a redundância e a insistência.

Quem nos acompanha sabe que houve temas que tiveram largo tempo de antena aqui no blog. A relatividade da prova, a subjectividade e consequências da classificação, o sentido do gosto (perdoem-me o plágio), a personalidade do provador, a importância e a exigência da crítica, a responsabilidade do produtor e o papel do consumidor. Está claro, para quem nos acompanha com frequência, que tornar a escrever sobre este temas é inevitável. E está claro para nós. Para quem pretende que o seu blog seja sinónimo de ruptura de ideias, a inevitabilidade da repetição não deixa de ser irónico e, à sua maneira, sarcasticamente pérfido.

Não estamos arrependidos de termos criado este filho. Não é perfeito. Nunca pretendemos que fosse. Tem-nos dado muitas coisas boas. Através dele expusemos ideias, fizemos amigos, conhecemos produtores e provámos vinhos. Não nos podemos queixar. Obrigado.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Dão: o novo Douro

Ou, Douro: o novo Alentejo. Dos dois, preferi o primeiro. O título deste post, após longa paragem, teria que ser provocativo. Não que a segunda hipótese também não o fosse mas como vou escrever mais sobre o Dão do que sobre o Alentejo, pareceu-me a primeira mais ajustada.

Nos últimos tempos tenho notado um certo ressoar da ideia que os vinhos do Douro se têm tornado todos iguais. Muita fruta e boa madeira. Começa a haver, dentro do denominado círculo de apreciadores informados, um assumido cansaço do Douro. Se consigo entender este primeiro argumento, parece-me que este afastamento dos enófilos portugueses está associado à intrínseca condição de “ser” enófilo.

Um enófilo, por definição, é uma pessoa que gosta de Vinho. E gosta para além do acto de o beber. Isso seria um bêbado! Gosta de o estudar, de saber mais sobre tudo aquilo que o rodeia. Gosta de provar em diversidade. Gosta de procurar e conhecer coisas novas. Gosta de provar os vinhos mais raros. Gosta de discutir com os amigos. Gosta de marcar as modas, de ser o único que conhece determinado vinho, de ser o único que possui determinado vinho, de ser o único que gosta de determinado vinho. Enfim, de ser único. Tal como, por exemplo, ser cinéfilo ou melómano, está inerente ao facto de sermos apreciadores de algo a condição de sermos a minoria. Torna-nos especiais.

Com o sucesso do Douro, os enófilos que descobriram a região, nos vinhos de “mesa”, estão a ser engolidas pela maioria. Hoje, gostar dos vinhos do Douro é uma banalidade. É o equivalente, na música, a gostar do TOP Mais. É comprar o top Singles da Fnac na época de Natal. Tal como o sucesso comercial do Alentejo fez a maioria dos enófilos afastar-se dessa região, o sucesso do Douro é seu maior inimigo no coração dos apaixonados do vinho. O Douro perdeu as características da novidade, da diferença, da inacessibilidade e passou a estar conotado com a facilidade e a unanimidade de prova.

Numa sociedade que vive o tempo obcecada com a novidade, com a diferença e com individualidade, a procura da próxima moda, do mais estranho e do diferente, é o que nos comanda. Como diria o outro, é o nosso sonho. No caso dos enófilos, e da crítica de vinhos (também eles enófilos, como é evidente), a agulha do gira-discos começa a retornar ao Dão.

No ressoar da “normalidade” do Douro ecoa a maior “anormalidade” do Dão. Começa a ser cada vez mais comum ouvir a frase: “se queremos algo diferente temos que voltar ao Dão”. Tenho notado nas últimas edições da Revista do Vinhos, um subtil aumento dos vinhos do Dão com classificações de 18 valores. Começa a haver um número crescente de vinhos de topo do Dão para rivalizarem com os topo do Douro. Acresce a este facto, o decepcionante painel de prova dos melhores vinhos do Douro na RV. Quinta do Vale Meão e Redoma com 16,5 valores? Numa comunidade faminta de mudança, estes percalços são “pão para a boca”.

Para os mais atentos (ou desconfiados com a mania da perseguição, como me chamaram alguns), as classificações atribuídas nas revistas e guias da especialidade nem são o maior catalisador de vontades. A adjectivação e a utilização de determinados termos nas descrições de prova, reportagens ou artigos de opinião, são muito mais eficazes pois trabalham de forma silenciosa e em profundidade no subconsciente dos leitores. Cuidado! Não digo que seja propositado, mas os críticos são enófilos como nós. E como nós têm gostos, preconceitos, desejos, vontades, inimizades, paixões que se reflectem na forma como escrevem. Existe uma enorme diferença entre eu escrever “excelente região do Douro” e “extraordinária região que é o Dão”, por exemplo.

Não tenho nada contra o Dão. Tal como não tenho interesses especiais no Douro. É evidente que não sou imune a estes comportamentos, nem tão pouco sou o mais esperto ou perspicaz da comunidade enófila. Também eu sou movido pelos sentimentos em cima descritos. Também eu sou “contaminado” (e contamino, à minha escala) pelo que leio e oiço. Nesse sentido, confesso que ultimamente me tenho deixado encarrilar no sentido dos vinhos do Dão. Não rejeito que parte deste reajustar do norte se deva a uma melhoria dos vinhos da região. Parece-me evidente. No entanto, parece-me que essa melhoria se tem verificado através de um aumento da fruta evidente e da utilização de madeira nova. Ou seja, caminho também utilizado no Douro e que a médio prazo os vai tornar cada vez mais iguais. Onde é que está a tão propalada elegância dos vinhos do Dão? Só se for passados dez anos porque os vinhos que estão neste momento a sair para o mercado, e a receber os maiores elogios da crítica, só com boa vontade se podem qualificar de elegantes.

Porventura a maior diferença para a maioria dos enófilos, é que eu acredito fortemente que o nosso gosto é transitório, evolutivo, condicionado, influenciando e instável. Acredito por isso que daqui a uns anos, se continuar a escrever, efectuarei um post de título: Região X: o novo Dão.

terça-feira, dezembro 16, 2008

VinhoaCopo Convida Especial Natal - 10/dez: descrições de prova

A especialidade deste VinhoaCopo Convida foi a inevitabilidade da sua realização. Apesar de uma troca de datas ter feito perigar o evento, a providência pela mão do participante Pedro Silva, encarregou-se de voltar a encarrilar o jantar a tempo dos “passageiros” não perceberem o quão perto esteve de não acontecer. Ou pelo menos, de não se realizar da excelente forma como acabou por decorrer. Ao Pedro, um obrigado pelo acaso da visita a meio da tarde. À equipa do Ágora, um obrigado pelo esforço demonstrado no curtíssimo tempo disponível.

A ementa que nos foi brindada:

  • Pão, azeitonas, degustação de azeites, pratinho de Pata Negra
  • Carpaccio de Salmão Fumado com lascas de queijo Brinza e azeite de funcho
  • Croquetes de sardinha com salada variada e vinagre balsâmico
  • Pasteis de bacalhau com molho agridoce e bouquet de salada
  • Morcela de arroz frita com xerém e grelos
  • Cataplana de bacalhau com mexilhão e poejo
  • Tiras de vitela brava ribatejana grelhadas com migas de linguiça
  • Túlipa de chévre da Maçussa gratinado com gelado de mel de rosmaninho e nozes


Destaco os croquetes de sardinha pela originalidade, a morcela de grande qualidade, a cataplana que repeti duas vezes e o gelado de mel de rosmaninho que sozinho fazia a festa. A vitela era de excelente qualidade mas teve o senão de chegar no fim de uma refeição que já ia longa. Ou seja, as forças (e a elasticidade estomacal) já não me permitiram “tourear” a dita com as atenções que merecia.


Seguem as notas de prova dos vinhos da noite (pela ordem de prova):

Espumantes
Vértice Reserva 2006 (Douro) – não me atrevo.


Brancos
PV 2005 (Douro) – Aroma contido pouco exuberante com ligeiras notas da madeira. A boca é estranha. O primeiro impacto cítrico é imediatamente cortado para um final amargo e repentino.

Herdade do Sobroso 2007 (Alentejo) – O aroma denuncia fruta tropical a par de algumas nuances citrinas. Algumas notas de rebuçado. Boca é frutada mas com boa acidez.


Tintos
Ad. Coop. Borba Cabernet Sauvignon & Syrah 2004 (Alentejo) – A cor apresenta tons acastanhados a indicar-nos que o tempo de garrafa já fez das suas. O aroma confirma essa imagem apresenta também alguns sinais de cansaço. A boca delgada e sem fruta, mostra que o vinho já passou a sua melhor fase ou esta garrafa em particular, devido às circunstâncias de estágio, envelheceu prematuramente.

Pilheiros 2005 (Douro) – Face ao anterior, no extremo oposto da juventude! Cor bem vermelha escura e aroma muito doce a fruta acabada de fermentar. Toque lácteo. Enganou muita gente na idade do mesmo. A boca mostrou um vinho que irregular. Alguma fruta com razoável acidez a dar vida ao conjunto. Final médio com final licorado e ardente.

Sirga 2006 (Douro) – Aroma pungente a frutos pretos maduros. Tudo muito vivo. A boca confirma esta “novidade”. Esta versão de 2006 parece-me que herdou o aroma e a fruta madura da primeira versão (2004) e acrescentou-lhe o final mais aguerrido e de maior acidez da segunda versão (2005). Está neste momento um vinho muito novo que precisa de uns meses de garrafa para equilibrar. A beber agora necessita de temperatura correcta e prato forte.


Dado 2000 (V. Mesa) – Cor impecável nos vermelhos sem demonstrar sinais de fraqueza. Aroma da noite. Muito fresco com notas balsâmicas suaves. A boca mostra-nos um vinho fino (mas não diluído) com a vida enorme dada pela forte acidez. Excelente cumprimento de boca. Um vinho que continuará mais uns anos em garrafa sem problemas. A forte acidez é que aconselha pratos específicos. A sua maior força é também o que o torna muito selecto quanto à iguaria aconselhada.

Señorio de Peñalba Reserva 1996 (Bierzo-Espanha) – Cor de madeira velho mas sem o brilho característicos destes. Castanho. O aroma é um cockatil explosivo de tudo menos de fruta. Caril, madeira exóticas, barro, ferrugem, etc. A boca é ligeiramente diluída apresentando uma razoável acidez que não o deixa cair na boca. Um vinho que é curiosidade para o fundamentalistas dos vinhos velhos e para quem gosta mais de cheirar do que de beber.

Herdade dos Grous Moon Harvest 2007 (Alentejo) – A cor impressiona ao cair no copo. Carregado! As uvas estavam maduras e eram pretas. Aroma mostra-nos isso mesmo. Muita fruta preta com ligeira notas da barrica de estágio. A boca é uma bomba. Muita estrutura, tudo em potência e pouco em elegância. Final guerreiro de um vinho que precisa de amansar mas que para quem gosta deles com pêlo na venta é um must.

Qt. Crasto Vinhas Velhas Reserva 2006 (Douro) – Aroma típico dos Crastos . Fruta madura em quantidade e ligeira baunilha da madeira. Menos balsâmico que o 2005. A boca é uma continuação do nariz com o vinho monossilábico na fruta madura e um final forte e doce que o torna excessivo. Um pouco decepcionante, e daí a baixa nota. Talvez o tempo lhe traga outra complexidade e harmonize o final.


Generosos
Qt. Infantado LBV 1983 (Porto) – A cor é de um colheita ou tawny 20 anos. Nariz de frutos secos mas sem grande entusiasmo. Corpo delgado, razoável acidez e final ardente a dar-lhe algum prolongamento mas claramente já foi LBV que deu uvas.


Qt. Portal Vintage 2006 (Porto) – Preto na cor. Aroma dentro do estilo clássico. Frutos pretos maduros, balsâmicos e erva-doce. A boca é mais desapontante para gosta (como eu) de beber vintages novos. Muito fechada. Contraído na fruta e com final abrupto. Pouco cordato é daqueles que por agora não dá grande prova. Pode ser que quem atribui notas com previsões a 20 anos consiga fazer mais por ele do que eu.


Foi o jantar convívio mais concorrido. Não terá sido dos mais marcantes ao nível dos vinhos provados. Pelo menos para mim que, pelas notas a cima, ando um esquisitinho. No entanto, pelas peripécias que teve, pelo facto de estarmos os cinco presentes (raríssimo) e pelo facto de termos presentes amigos que não víamos à muito, foi um grande jantar convívio.

Especial no nome, primeiro. Especial na memória, por fim.


p.s. pode ser que haja um VinhoaCopo Convida Especial Ano Novo em Janeiro.

terça-feira, dezembro 09, 2008

O Vinho a Copo começa a ter o seu lugar

O Vinho a Copo começa a ter nesta altura um lugar de cada vez mais importância no panorama enófilo nacional, sendo que não me estou, obviamente, a referir ao nosso blog, refiro-me sim a algumas apostas que começam a aparecer na distribuição de vinho que tendem a valorizar o Vinho a Copo como forma de potenciar as vendas de vinho de qualidade em Portugal.

No fim de semana passado fui, como de costume, na minha voltinha saloia, almoçar à Ericeira. Foi um hábito que ganhei desde que me mudei para Mafra, e em boa hora o ganhei pois são sempre momentos de descontracção que estão apenas a 5 minutos de casa. Um dos meus sítios preferidos é o restaurante César, não pela comida que não é melhor nem pior do que os restaurantes bons na Ericeira, mas pela localização, é sempre um regalo um almoço num dia de sol junto à janela com vista para o mar.

Foi nessa incursão ao César que fiquei a conhecer o conceito Wine for You da PrimeDrinks. Uma aposta na divulgação no Vinho a Copo que, apesar de ainda ter alguns aspectos a melhorar, é de louvar. Penso já ter escrito algumas vezes por aqui que não entendia qual o motivo pelo qual as empresas de distribuição de vinho não tinham a mesma atitude de apoio à restauração que as cervejeiras, ou seja, fornecer equipamentos, leia-se copos e materiais para divulgação, para que o vinho ganhasse algum destaque. Em termos de conceito tenho a dizer que a ideia é óptima, disponibiliza as cartas de vinhos, os suportes para as garrafas, os autocolantes para divulgar a iniciativa e sobretudo os copos. Onde é que eu acho que podem melhorar, em primeiro colocaria um nome em português, em segundo apostaria em equipamentos de conservação do vinho por vácuo (no César fazem-no por iniciativa própria) e equipamentos de conservação da correcta temperatura de serviço e em terceiro lugar apostaria em copos um pouco melhores.

Podemos ver alguma informação sobre o projecto da PrimeDrinks aqui.

Resumindo, uma excelente iniciativa que ainda tem alguns aspectos onde melhorar mas que merece os meus mais sinceros parabéns. Espero que outros lhes sigam o exemplo.

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