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quarta-feira, agosto 20, 2008

Vinho a Copo de Verão

Nós aqui no blog levamos isto das férias muito a sério. Apesar do apelo da escrita ser esmagador, todos nós conseguimos lutar contra o ímpeto de matraquear os nossos dedos num qualquer teclado neste último mês.

O descanso dos nossos leitores é sagrado. Em tempo de férias até a leitura se quer ligth. O esforço, para compreensão de alguns dos nossos (meus, sendo mais correcto) posts, podia ser demasiado. Não quisemos arriscar. Em tempo de férias, normalmente, os homens lêem as novelas das contratações do nosso futebol, as mulheres “olham” para os locais onde os famosos apanham sol de dia e passeiam os vestidos de marca de noite. Tive o cuidado de escrever “normalmente” porque, hoje em dia e cada vez mais, o “normal” está fora de moda.

Ora por esta altura, o cérebro já ganhou “cama” num determinado nível (baixo) de esforço mental. Quer para quem lê, quer para quem escreve. O desenvolvimento deste preâmbulo (ainda) mais alargado serve assim a necessidade deste vosso escriba “aquecer os dedos” ao mesmo tempo que tenta “acordar” o vosso cérebro para o parágrafo seguinte. Considerem-no uma espécie de amuse bouche mental. :)

Durante este interregno, ao nível da escrita, não deixei de fazer as minhas provas. Nos breves dias que passei férias cá dentro, o repasto fora de casa foi inevitável. A vertente turística de maioria dos restaurantes não augurava, à partida, nada de positivo. Isto claro, se considerarmos que nem todos podem aproveitar o rumar a sul para visitar o único restaurante português duas estrelas Michelin.

Em tempo de férias, o que beber? Porque se trata de um blog de vinhos, vamos assumir que, na resposta à pergunta anterior, vinho é a única hipótese a considerar. Mas que tipo de vinho? E em que formato?

A canícula que se faz sentir remete-nos quase obrigatoriamente para algo fresco. Neste particular, brancos e rosés ganham a dianteira sobre os tintos. Nada de novo! O formato, por outro lado, é tema mais complexo. Se estamos sós ou acompanhados de um parceiro (a) de “pouca ajuda” (enófila, claro) então o vinho a copo (ou as garrafas de 375ml) é a única solução. Pelo menos para mim. Sei que aqui neste blog existe quem consegue “lidar” com formatos maiores.

A ditadura emanada deste formato é ainda mais castradora que a canícula do Verão português. É verdade que encontrei uma percentagem elevada de estabelecimentos que já anunciavam na sua carta a existência de vinho a copo, mas nunca me pareceu esta "abertura de espírito” tão enganadora.

Não obstante a pouca variedade de escolha, consideremos positivo o facto de haver a possibilidade de vinho a copo de modo a continuarmos este raciocínio. Mas agora, suponhamos que vamos jantar. A temperatura ambiente já nos permite “sonhar” com um tinto. Aposto que quem já pediu vinho tinto a copo se arrependeu logo de seguida. Em formato garrafa, inevitavelmente a seguir à prova pede-se uma manga refrigeradora ou um balde com gelo de modo a baixar a temperatura do conteúdo da garrafa. Como é que se faz isso com um copo? Rapidamente concluímos que, tirando umas raras excepções, pedir tinto a copo é para esquecer. Resta-nos o branco e o rosé. Ao assumirmos isto, estamos automaticamente a restringir o prato que vamos escolher. Ou seja, esta triste verdade tem mais impactos do que se imagina. Durante as férias, quase que estamos obrigados a comer salada ao almoço e peixe ao jantar.

Dentro das opções que nos restam, o rosé a copo é coisa rara. Logo, ficamos limitados ao branco. Geralmente, a escolha neste particular não é famosa. Entre preços por copo que pretendem pagar de uma assentada toda a garrafa, a diversidade resume-se ao cinzento claro ou cinzento escuro.

Cansado, dou por mim a pedir um copo de vinho branco da casa bem fresquinho. Quando isso acontece, puxam do resto de uma garrafa de Vinha da Garças e vertem até meio de um (razoável) copo. Achando-se uns mãos-largas, puxam de outra garrafa com igual resto e acabam por encher o copo. O blend da casa, suponho! Atónito, deixo passar. Afinal estou de férias e não me quero chatear (será que alguma vez vale a pena?). No entanto, fico com ideia que esta história do vinho a copo não é nova e há muito que existe. Dantes chamava-se copo de três. A diferença é que agora os copos são mais bonitos.

3 comentário(s):

Luis Prata disse...

Eu sou adepto do vinho a copo e concordo totalmente com o texto aqui escrito. É de facto uma pena o vinho tinto a copo ser normalmente servido à temperatura ambiente... Acho que a restauração Deve dar o segundo passo e investir a sério em formas de controlar a temperatura dos vinhos a copo, nomeadamente comprando frigoríficos específicos para vinho.

1 Abraço

NOG disse...

Para mim, o melhor vinho a copo que conheço é este blog!

NOG

Anónimo disse...

Experimentem Barokes Wines; chegou recentemente a Portugal, eu provei na praia do guincho no campeonato de surf feminino, e já vi a venda em restaurantes e bares no Algarve.

São latas de cerca de 200 ml, um bom copo e com qualidade.

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