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segunda-feira, maio 08, 2006

Vintages Novos

“Fartei-me!”

Geralmente a coisa passa, mas desta vez a exclamação vem a acompanhada pelo texto abaixo.

Parece moda, hoje em dia, criticar os consumidores de vinho novo. Quer vinhos de mesa quer vintages. Quase todos os críticos de vinhos aproveitam o espaço que lhes é dado, nas várias publicações, para dar as suas alfinetadas. Mais recentemente, este desporto de elite para críticos especializados culminou na apreciação do lançamento do novo Barca Velha 1999. Tanto na Revista de Vinhos como na Blue Wine, ambos os provadores/autores dos textos não prescindiram de criticar (mais vincadamente na RV, é verdade) aqueles que “contaminam a enofilia”, como lhes chama Manuel Carvalho, num artigo de opinião na Blue Wine.

Atente-se na seguinte frase: “O que incomoda é, por isso, a contaminação da enofilia pelos rituais da cultura fast: fazer este ano, vender no próximo, comprar hoje, abrir amanhã …”. Tento, então, perceber quem são esses contaminadores: “fazer este ano, vender no próximo” – implica os produtores; “comprar hoje, abrir amanhã” – implica os consumidores. Ah bom, afinal já são dois os culpados. É uma pena não podermos carregar a carrinha com 605 FORTE e acabar com essa praga que contamina a “nossa” pura enofilia.

Relembra, logo de seguida, o mesmo autor que “dizia o memorável Bruce Guimaraes, o consumo de vintages novos (ou de muitos tintos de eleição) é «um facto triste da vida».” Não percebo! Então não foi o referido Bruce Guimaraes um proeminente produtor/engarrafador de vinho do Porto? Então não foi, este, responsável por vender vintage novo? Então porque vendeu ele vintage novo se não era para ser consumido? Então se é para esperar 20 anos ou mais anos para o beber porque é que não o guardam nas suas instalações fresquinhas em Gaia? Então não terá sido ele um dos culpados por esse mesmo “facto triste da vida”? Então não foi ele que “fez este ano e vendeu no próximo”? Se os produtores acham que o seu produto não está a ser consumido na altura correcta então não o vendam. Se o fazem é porque estão a enganar o consumidor. Nós, os que compramos e bebemos, estamos no fim da cadeia.

A imprensa especializada, essa como sempre, não tem culpa nenhuma no cartório. Se nós lermos as notas de prova de todos os vinhos com pontuação de excelência encontramos quase sempre vinhos novos e carregados da seguinte adjectivação: “Negro na cor”, “Opaco”, “Denso”, “Concentrado”, “Cheio de Fruta”, “Encorpado”, “Vigoroso”, “Poderoso”, e outros adjectivos tais. Se não são estas as qualidades correctas de um vinho de eleição, não era mais coerente criticar fortemente este tipo de vinhos novos (invés de lhes dar 18s e 19s) e os produtores que os fazem do que disparar contra os “incultos e precoces” consumidores que gostam deles assim?

Eu gosto de Vintages Novos. E quando são bons, gosto mesmo muito. O António Barreto, num artigo do suplemento Fugas do Público que saiu no dia 04/02/2006, confessa que durante muito tempo teve vergonha de dizer que gosta de vintages novos. Diz ele que perdeu a vergonha com a idade e porque percebeu que se não lhe passasse a timidez o vintage novo era todo consumido pelos desavergonhados dos Americanos. É inconcebível para mim que a crítica especializada continue a “vender a vergonha” aos Portugueses enquanto em outros países, onde a crítica não é tão “zelosa”, regozijem com um dos nossos mais excelsos produtos.

Consumam vintages novos. Dêem a provar aos vossos familiares e amigos. Quantas vezes me aconteceu: “Isto não é vinho do Porto, pois não?”, “Nunca bebi vinho do Porto assim, estás-me a enganar!”, “É pá, isto é muita bom!”, “Não sabia que um vintage do Porto era assim! É mesmo bom!”. Vão ver que, a partir desse momento, ganharam novos consumidores de vinho do Porto. E pergunto eu: “Não deveria ser este o nosso objectivo?”


P.S. Ao caro Manuel Carvalho, se me está a ler, deixo-lhe um desafio: porque é que não traduz o seu eloquente artigo para inglês e tenta publicá-lo na Wine Spectator? Podia ser que convencesse algum Americano das virtudes da espera e mais vintage novo ficava para mim, que infelizmente já não tenho cura.

25 comentário(s):

Pingas no Copo disse...

Pois meu caro Rui, a realidade é que foi a critica que levou os consumidores a preferirem os vinhos novos. Aliás, nada tenho contra o consumo de vinho novos. Cada um que beba o quer e no estado que quer.
Parece-me que estamos perante actos de arrependimento?

Anónimo disse...

Acho que não é caso para tanta indignação. Afinal cada uma consome do que gosta e não haverá nenhum produtor de VP que não lhe agradeça ... digamos esta sua inclinação. Just kidding!
Agora a critica também fará o seu papel alertando que haverá outros prazeres, porventura um pouco mais sofisticados, para quem tiver o tempo, a idade e a paciência para ser um bocadinho menos impetuoso em questão de apetites.
A sério: Concordo que há vintages novos fabulosos mas quem já provou um grande vintage envelhecido dignamente, das décadas de 80, 70, 60 e 50, não esquecerá tão cedo a experiência. Pode crer que é outra coisa.

Anónimo disse...

O problema nao e' se os vinhos novos sao bons, se quem os bebe dai tira a prazer ou nao. Ha' gostos para tudo, sendo que existe tambem o mau-gosto e o bom-gosto, o gosto educado e o nem tanto. A verdade e' que se se esperar e beber os vinhos com alguns (os certos) anos de envelhecimento, tem-se acesso a uma experiencia diferente, que alguns dirao mais complexa, mais recompensadora. Eu, pela parte que me toca, registo a opiniao de quem pretensamente tem mais experiencia que eu, e em funcao das contas que faco, por vezes sigo-a, por vezes nao.

A argumentacao em torno dos Vintage faz pouco sentido. Quantos portugueses provaram um Vintage com 40 ou mais anos? O Porto Vintage foi e sempre sera um objecto de coleccao e de especulacao - veja-se os leiloes da Christie's. O mesmo se poderia dizer dos vinhos Bordeaux e Bourgogne. Eu pessoalmente provo Vintage novos em provas organizadas, mas prefiro guardar o meu dinheiro para Vintage amadurecidos - e' a diferenca entre Miles Davis e Michael Bolton!

João de Carvalho disse...

Se não vendem não ganham... depois se não vendem não tem lugar para o novo stock e assim vai saindo e acaba a evolução na garrafeira do consumidor.
As ditas revistas como vivem da prova de vinhos recentemente lançados para o mercado, lá os vão provando, não fazem mais que a sua obrigação.
Eu não tenho pressas em beber logo determinado tipo de vinhos, compro e guardo na chamada garrafeira de guarda... e não me tenho arrependido :)

rui disse...

Caros, eu cá quero é que as pessoas bebam vinho do Porto do bom. Novo, velho ou assim-assim. A pergunta nem devia ser “Quantos portugueses provaram um Vintage com 40 ou mais anos?”, mas sim: Quantos portugueses provaram um Vintage? Nem com 40 anos nem com dois. A maior maior parte dos portugueses só conhece o vinho Porto tawny corrente que bebe pelo Natal e que acrecenta à salada de frutas.

Eu só conheci o que era um LBV ou um vintage há uns 4/5 anos. Comecei a interessar-me pelo assunto com a declaração de 2000. Adorei, comecei influenciar os amigos que tb nunca tinham provado este tipo de vinho do Porto e hoje já constituimos um grupo de malta apreciadora e compradora. E é assim que se começa. Ninguém começa por comprar vinhos com dezenas de anos que não sabe onde estiveram e que custam balúrdios sem se ter a garantia do seu estado de conservação.

Os vintages com idade só são bons se estiverem acondicionados em excelentes condições. Eu não tenho essas condições. Não tenho espaço e não tenho o frio necessários. E quem tem? Meia dúzia de portugueses.

Confesso que não bebo muitos vintages com idade. A juntar ao facto de serem bastante mais caros e de não ter garantia dos seus estados de saúde, os que tenho provado não são (muito longe disso) melhores que os bons vintagens novos que já bebi. Provei uma vez numa prova de vinhos da Ramos Pinto, na FIL em 2002, um vintage com mais de 120 anos. Era do ano da fundação da casa Ramos Pinto. Era um delícia, sim senhor. Mas com certeza não o seria se estivesse esse tempo todo lá em minha casa debaixo dos móveis ou em qq canto onde eu consiga um espacinho.

De qq forma o teor do meu post era criticar a posição de imprensa portuguesa que por um lado se queixa que os portugueses não consomem vinho do Porto (ou vinho de mesa) e por outro lado, constantemente chamam nomes àqueles que bebem vinho novo. Ao menos bebem vinho e não cerveja e vodka. Os produtores tb deviam ter mais respeito por estes consumidores. Porque é essa maioria que gosta de vinhos fáceis e gulosos que lhes compra os vinhos de mais baixa gama, o que lhes permite ter dinheiro para fazerem os seu vinhos “sofisticados” para pessoas de gosto mais “educado”.

Em jeito de provocação:
Quem é que realmente guardou, largos anos em casa, um vinho, que em novo era muito bom, e quando o abriu disse agora está muito melhor? Quantos vezes isso aconteceu? Honestamente, não será antes o “querer” que seja muito melhor devido ao facto de o termos guardado com carinho esses anos todos? Não será a apreciação “influenciada” pela empatia criada, pelo “querer” não ter uma desilusão, pelo “querer” acreditar naquilo que nos disserem toda a vida, que os vinhos envelhecidos são bem melhores? Não será o facto de não quereremos reconhecer para nós próprios (e para os amigos) que afinal gostamos deles novos? Não será o “querer” pertencer aquela elite de gosto educado que "diz" que gosta deles envelhecidos? Sinceramente, quantas vezes já tiveram que se refugir na desculpa que o vinho agora está diferente e que não se pode comparar com o que era. Diferente. Não melhor.

Cristo disse...

Concordo com o jgr quando diz: "... quem já provou um grande vintage envelhecido dignamente,..., não esquecerá tão cedo a experiência."

O problema é o Envelhecido Dignamente!

Das duas uma, o consumidor:
1) compra o vintage na altura de saída para o mercado e espera dezenas de anos, ou
2) compra um vintage com dezenas de anos, para consumir no momento, ou passados alguns anos.

Situação 1
Na situação 1) o consumidor tem que ter a paciência de uma longa espera, e a capacidade para armazenar e envelhecer dignamente, com todas as condicionantes que isto implica, durante décadas: temperatura constante com cerca de 14º; ausência de luz e de cheiros; humidade correcta; ausência de trepidações; não mexer ou rodar as garrafas, etc.

Situação 2
Na situação 2) o consumidor tem o problema de saber como é que o vinho foi envelhecido até então. É necessário ter a garantia que o vinho foi armazenado e envelhecido correctamente como descrito no ponto anterior, e é aqui que muitas das nossas garrafeiras pecam. Quantos de nós já não passou por garrafeiras em que o vinho está em pé junto à janela, ou à luz do sol, com temperaturas incorrectas para envelhecer, etc., e a preços ridículos. Só quem não percebe nada de vinho é que se atreve a comprar tais garrafas.

Para quem não saiba, duas garrafas iguais acondicionadas de forma diferente, uma dignamente e outra de forma incorrecta, passados alguns anos, são dois vinhos completamente diferentes. Um será uma maravilha porventura, o outro...

Conclusão
Penso que beber um vintage com décadas de envelhecimento Digno em garrafa é um privilégio que não é de todos. Ou se tem a tal paciência da situação 1), e atenção que tem que se adquirir um vintage cedo para poder prová-lo passados 60 anos! Ou se tem a SORTE, em 2), de fazer uma compra em que a garrafa foi acondicionada como deve ser.

Anónimo disse...

A esmagadora maioria dos vinhos que se produzem actualmente (e provavelmente tambem no passado) nao sao concebidos para serem longevos ou para melhorarem com o envelhecimento em garrafa.

Quem quer ter acesso a esse prazer, tem duas solucoes: ou investe em muito bom vinho e numa Eurocave, ou vai a restaurantes de luxo e paga. E' um hobby caro, nao e' para todos. E' preciso tambem ter varias garrafas, ir acompanhando a sua evoloucao, etc.

Quanto ao Porto - existem varias categorias de Porto que valia a pena divulgar junto dos portugueses: os Colheita, os Tawny com indicacao de idade, os LBV. O Porto Vintage e' e sempre sera uma bebida elitista. Quantos sao os franceses que bebem Bordeaux suficientemente amadurecidos? Os entusiastas de Vintage, que so conheco ingleses, rarissimamente compram vintages novos - compram tudo em leilao. Ou compram en primeur e in bond caixas que ficam guardadas nas garrafeiras (BB&R etc).

Descamos 'a terra, meus amigozzz.

João disse...

Eu gosto deles novos e velhos.

E sobretudo gosto dos muito bons.

E há uns muito bons enquanto novos e outros que melhoram bastante com a idade.

Para mim, quem não os pode guardar, que os beba agora que não fica a perder.

Eu estou a tentar guardar alguns Vintage,especialmente de 1997 e 2000,(de há uns 4 anos para cá) e lá vou resistindo, mas confesso que não é fácil.

Agora, uma coisa digo "Cada um bebe como quer", e não há-de ser meia duzia de "entendidos" que me dizem que estou a cometer um crime.
Quantos Vintage dos anos 70 conseguem comprar agora ? e a que preço ?
Então se eu quiser hoje beber um vintage, como faço ? gasto um balurdio (correndo sérios riscos de o vinho não estar grande coisa) ou compro um bom vintage novo por 40-50€ e delicio-me com ele. Sim, porque mesmo novos, é um prazer imenso beber um bom vintage.

Eu faço questão de levar sempre um bom vintage para um jantar de amigos e garanto-vos, todos eles me perguntam onde encontrei esta bebida maravilhosa que apenas partilha o nome (Vinho do Porto) com os muitos vinhos que para aí andam e que não lhes chegam aos calcanhares.

Anónimo disse...

Novos ou velhos, o que interessa é que sejam bons.
No fim de semana passado foi um Sandeman 1980. Que delícia... Taninos acalmados, mas ainda para as voltas.
Na semana anterior, um Silval 2003, potente e raçudo, mas a dar igualmente muito prazer. :-))

rui disse...

Caro anónimo 2,
pode ter a certeza que aqui neste blog ninguém irá criticar outrem por beber vinho. Novo, velho, tinto, branco, rosé, etc. É preciso é beber. E dar prazer. Não consideramos o nosso palato superior ao de ninguém, nem temos quaisquer pretensões sócio-culturais apenas por bebermos vinho caro.

Não bebi nenhum do vintages referidos por isso tenho pena de não partilhar consigo a minha opinião sobre os mesmos. Penso que o Cristo já provou o Silval, e se não me engano, acho que ele não gostou lá muito. Verdade Cristo?

Um abraço,
RC

Cristo disse...

É verdade. No início do ano bebi um Silval 2003 que confesso não ter gostado. Pouco tempo depois bebi um Silval 2001, e este sim soube-me muito bem.

João de Carvalho disse...

Alguem sabe como está de saude o NOVAL LBV UNFILTRED 1996 ?

rui disse...

Não o posso ajudar. Esse nunca o provei e, mais recentemente, o único que bebi da Noval foi o 1999.

Anónimo disse...

Se se vai beber vintage novos, pelo menos que se decante o vinho com muita antecedencia e se acompanhe a sua evolucao ao longo de 2-3 dias. Num dos posts neste blog fala-se em provar - e dar nota - a Porto Vintage acabadinho de sair da garrafa! Assim nao meus senhores, trata-se de um vinho desenhado para sobriver decadas em garrafa...

rui disse...

Já escrevi aqui sobre o tema da decantação.
(ver post http://vinhoacopo.blogspot.com/
2006/03/decantao.html)

Mais recentemente porque não gostei particularmente de um vintage (Qt. Carvalhas 2003) e tinha uma garrafa inteira para beber sozinho (o meu irmão tb não gostou e deixou-me só para finalizar a tarefa), pus mãos à obra para testar algumas teorias sobre os vintages novos:
1. Necessário decantar com várias horas de antecedência
Resultado: o vinho perdeu aroma. Melhorias: zero
2. Necessário decantar com vários dias de antecedência
Resultado: o vinho ganhou aromas estranhos a verniz. Só deixei ao ar livre um dia porque tive medo que no dia seguinte já estivesse vinagre. Melhorias: zero

Conclusão: Não volto a fazer outra destas enquanto não me provarem (in loco, comigo a acompanhar e aprovar) que ter o vintage várias horas/dias exposto ao ar livre (a apanhar cheiros ambientes e a aquecer) é positivo.

O meu caro anónimo, já experimentou em casa isso que disse ou apenas refere o que vem em alguns livros sobre a especialidade?

Um abraço,
RC

Anónimo disse...

Foi de ler nos livros da especialidade, claro. So' o meu caro e' que tem o privilegio de beber vinho, os outros falam de cor. Os livros, esses, recomendo-los vivamente, de preferencia daqueles sem bonecos...

rui disse...

Penso que estava a pedi-las. Não me apercebi que voçê era o “nosso” anónimo e descuidei-me com a resposta. Já percebi pelos nossos confrontos que é uma pessoa que percebe do assunto. Como tal, pergunto-lhe sinceramente, e sem qualquer tipo de sarcásmo ou ironia, de apreciador para apreciador o seguinte:
- Como é que faz para manter a temperatura correcta do vintage enquanto está no decanter esses 2/3 dias?
- Como é que garante que o vinho, enquanto está no decanter esses dias, não é contaminado por cheiros existentes no ambiente?
- Quando é que sabe que o vinho já está na altura de beber? Nunca lhe aconteceu descobrir que afinal já devia ter bebido o vinho umas horas ou um dia antes?

Mais uma vez, sinceramente, agradecia que respondesse a estas questões ou que partilhasse as suas experiências comigo e com quem tb gosta de vintages novos e lê este blog.

Um abraço,
RC

Anónimo disse...

Pessoalmente, o prazer de abrir uma garrafa de Vintage, novo ou velho, passa por acompanhar a sua evolucao ao longo do tempo. Abro-o, decanto-o, registo o que encontro. Depois volto ao vinho periodicamente, e vou sempre tomando notas. Ate com LBV's faco isto, mesmo que filtrados. Nao sei o que a critica faz, mas se nao tiver o cuidado de acompanhar o vinho durante um periodo longo de tempo, esta' com certeza a prestar um mau servico aos produtores e aos consumidores.

Quanto aos aspectos praticos: se estiver muito calor, ou a casa cheirar a peixe frito, pode sempre decantar o vinho, lavar a garrafa, aproveitando deposito para cozinhar, e voltar a colocar o vinho dentro da garrafa. Chama-se a isto double decanting. Pode de seguida por-se a garrafa, rolhada, no frigorifico ou numa zona da casa mais fria, dentro de uma arca frigorifica da Camping Gaz com um bocado de gelo etc. A partir do momento em que o vinho entrou em contacto com o oxigenio, os processos de oxidacao-reducao comecam a dar-se, nao precisa para isto de estar num decanter aberto.

Outro cuidado a ter e' o de deixar a garrafa repousar em pe' um ou dois dias antes de a abrir. Parece obvio mas muita gente nao o faz, e depois a apreciacao ressente-se disso: o vinho parece deslassado, sem corpo, turvo, quando no fundo esta' a padecer de travel sickness. (Isto e' classico quando se leva uma garrafa para casa dos amigos que nos convidam para jantar - vide acima - a garrafa anda aos trambolhoes no carro, e e' aberta de imediato.)

Ate' com o LBV citado acima, o Noval tradicional, se notam diferencas consideraveis ao longo de varios dias depois de aberto. Eis uma experiencia barata e util!

teste disse...

Obrigado pelas excelentes dicas, e como andamos nisto para aprender, irei tentar aplicá-las tão cedo quanto possível. Nada como experimentar maneiras diferentes de fazer a mesma coisa e apurar os resultados.

Cumprimentos,
RR

rui disse...

Obrigado por responder. Irei experimentar. Se considerar que existe real ganho na utilização desse sistema não terei nenhum problema em chegar aqui a este espaço e admiti-lo. Não sofro de qq complexo de inferioridade enófila.

Do que eu percebi, existe um mito que cai: “o vintage depois de aberto é para ser consumido até ao fim e não guardado”. Afinal pode-se ir bebendo ao longo do tempo.

Depois há uma coisa que me faz torcer o nariz quanto à aplicação prática da coisa. Ora, eu não consigo beber sozinho. Não me dá prazer. Este método obriga-me a ira bebendo o vinho ao longo dos dias sozinho sem ninguém para partilhar a experiência. Como sou eu que costumo levar o vintage para casa de amigos, obriga-me a lá deixar o vinho aberto dentro de Camping Gas 3 dias antes de um eventual “meeting” já que não posso chegar no dia depois de viajar de carro. Ou seja, isto a ser verdade, significa que acabaram-se os vintages para mim. Não sei se vou querer isso!

Um abraço,
RC

Anónimo disse...

O cheiro a peixe frito e a arca da camping gas eram humor... A garrafa depois de aberta pode ficar a oxigenar no sitio onde estava antes de aberta, nao vejo qualquer problema nisso - se a temperatura era a correcta para conservar o vinho antes de aberto, porque nao depois? Como digo, nao ha' necessidade do decanter estar destapado, pode-se tapar com um pires. Existe sempre a possibilidade de por a garrafa no frigorifico.

A melhor tecnica para levar porto nao filtrado para a casa de alguem e' fazer o double decanting para a garrafa original. Depois de decantado, com a antecedencia devida, o vinho ja pode ser transportado com mais seguranca.

PS: claramente, nada disto e' da minha autoria, basta ver notas de prova em variadissimos foruns, eg erobertparker.com

João disse...

Caro anónimo,

na sua opinião, qual é o tempo médio de vida de um Vintage? e de um LBV não filtrado ?

Tendo em conta, obviamente, o acondicionamento correcto do mesmo depois de aberto.

Sei que tem a ver com a idade do Vintage e com a qualidade do mesmo, mas pode-se dizer algo do género para por ex um Fonseca Vintage 1985 (ou outro que tenha experimentado):

- Evolução positiva até aprox ao 5º dia depois de aberto.

- Sem grande evolução do 5º ao 10º dia

- Decréscimo de qualidade a partir do 10º dia.

Como deve ter percebido, nós quando abrimos uma garrafa, bebemos até ao fim (até porque normalmente somos 4 ou 5 pessoas), e tenho alguma curiosidade em perceber o ciclo de vida de um bom vintage depois de aberto.
Sei que não há nada como experimentar, mas gostava de saber a sua opinião.

Obrigado

JP

Anónimo disse...

Prefiro Gajas .... "Vintages" ou mais novas ... isso de envelhecer não é para mim!!! Abraço Rui.

Anónimo disse...

Sem ter experiencia suficiente para fazer uma analise desse tipo, parece-me que 5 dias sera' demasiado. Depois, e principalmente com vintage antigos, cada garrafa e' um caso a parte. Ja tenho no entanto lido notas de prova em que o provador conclui que ao fim de dois dias em decanter o vinho atingiu o seu apogeu. LBV, isso sim, mantenho aberto por varios dias. Diria que em geral durante os dois primeiros dias noto evolucoes positivas, a partir dai declinio, mas nao tao acentuado que me prive de abrir uma garrafa sabendo que a nao vou acabar na proxima semana.

Outra coisa: provar e beber sao duas coisas bem distintas. Dificilmente tenho discernimento (em todos os sentidos) para provar um vintage em condicoes no fim de uma refeicao.

Anónimo disse...

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