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segunda-feira, junho 25, 2007

Restaurante Ponte Romana

O almoço foi efectuado no restaurante Ponte Romana que segundo percebi é o melhor restaurante do Pinhão. Pelo menos assim é percepcionado pela maioria dos habitantes locais. No Vintage House, o restaurante Rebelo, é também conceituado mas a cozinha de autor é mais apropriada para o turista do que para a gente da terra.

O restaurante tem uma garrafeira do melhor que há em termos de diversidade e raridade de vinhos do Douro. O dono é um entusiasta do vinho e o facto de o restaurante ser frequentado amiúdo pela maioria dos enólogos da região garante-lhe contacto e acesso privilegiado aos vinhos mais procurados e mais prestigiados.

Pratica-se uma cozinha regional simples mas bem feita. As carnes (excelentes) grelhadas são uma boa opção. Neste almoço decidimo-nos por uns nacos altos de vitela não muito passados com macedónia de legumes e pequenas batatas novas cozidas com casca. Para acompanhar as proteínas da carne optámos por dois tintos da região:

Cerro das Mouras Grande Escolha 2003
Não sendo muito aromático é ainda assim interessante. Frutos silvestres, notas de mato e nuances verdes. Na boca não é muito frutado. Vale pelo equilíbrio do conjunto, com as notas que lhe encontrei no nariz a confirmarem-se na boca. Boa acidez. Um vinho gastronómico que casa bem com uma panóplia alargada de pratos de carne.

Qt. de La Rosa Tinto Cão 2004
Sendo uma raridade feita pela Qt. de La Rosa para comemorar o centenário da quinta e estando nós alojados na quinta, pareceu-nos apropriado provar a pomada. A curiosidade maior era provar um vinho 100% Tinto Cão. Assim de repente, só me lembro de um vinho da Lavradores de Feitoria que também é estreme desta casta. Cor forte, não muito frutado. Contido. A boca é cheia, um pouco rugosa, com taninos presentes mas não verdes. Casou bem com a carne mal passada pois obteve desta bastantes proteínas para lhe acalmar a “sede”. Final seco. Um vinho que foge ao “novo” Douro e que precisa de mais uns tempos em garrafa (para quem gosta deles mais mansos, claro!)


Abdicámos da sobremesa pois esta “tentação do Diabo” leva inevitavelmente ao consumo de um bom vinho do Porto. Ora, tínhamos um dia longo pela frente, e se em todos os almoços nos alambazasse-mos era certo e sabido que metade da tarde era para esquecer. Optámos por nos fazer à estrada.


Em resumo, trata-se de um restaurante simples, a fazer comida honesta e a bons preços. Encontra-se a maioria dos vinhos da região também a preços sensatos. Existe a possibilidade de dar de caras com os enólogos do Pintas e do Poeira (por exemplo) que são assíduos da casa (dica: entre 2ª e 4ª feira). O dono é um jovem apreciador que nos cativa pela sua hospitalidade e paixão pelos néctares que nos aconselha. Recomendo. Só é pena não haver uma cave refrigeradora. Não é necessário pedir para arrefecer pois o responsável está sensibilizado para a questão da temperatura e por iniciativa própria dedica-se à tarefa do arrefecimento. Mas quando estamos cheios de sede é sempre custoso esperar. Nem que seja 10 minutos.


p.s. Este post está inserido num outro mais extenso em que se relata uma “Viagem ao Douro”. Porventura algumas referências neste post carecerão de contexto explicativo que encontrarão no outro.

6 comentário(s):

João de Carvalho disse...

Então e o Vale da Raposa Tinto Cão ???

NOG disse...

Tenho "La Rosa tinto cão" em casa (aquele sem contra-rótulo)... mas é para esperar como dizem.

N.

rui disse...

Caro João,

por alguma coisa escrevi "assim de repente". Foi o que me lembrei. Com certeza haverá mais do que aquele que referi e desse que referiste.

A ideia que tentei passar, é que não é muito comum.


Um abraço,
RC

rui disse...

Caro Nuno,

e já o provaste agora?

Um abraço
RC

VinhoDaCasa disse...

Não querendo chatear, aqui vai só mais uma listinha:

Quinta das Tecedeiras Tinto Cão
Quinta dos Roques Tinto Cão
D.Soares.Franco Col. Priv. Tinto Cão

Ao que sei, o Tinto Cão é uma casta excelente enquanto está na vinha, nunca sofre qualquer problema, tem sempre o bago perfeitinho, e as maturações são muito boas, pode ser vindimado mais tarde "se o enólogo se esquecer" que a uva continua impecável. Já quando vai para a vinificação não é nada de especial trabalhada a solo, mas é um excelente suporte num lote.

Este ano (2006) estive curiosamente a vindimar Tinto Cão no Douro já bem lá quase em Outubro para fazer um vinho extreme. Neste momento ainda se encontra em estágio na madeira, e foi fermentado em lagar e pisa a pé. Ainda não tive a oportunidade de o provar. Mas segundo o enólogo, o vinho está-se a portar bem e vai sair curioso.

Um abraço

Anónimo disse...

Provem uma raridade de um Douro exclusivo: QUINTA DO JAVALI TINTO CÃO 2004 (mais de 2 anos em madeira). Vinho gastronómico, só para conhecedores e para ser bebido com calma. Aguardam-se comentários.

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