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quarta-feira, maio 17, 2006

3º Dão e Douro em Lisboa - Prova de Excelência

Domingo. Dia da final da Taça de Portugal. Dia da prova final de excelência do 3º Dão e Douro em Lisboa. Recinto: Pestana Palace Hotel.

Nós, do vinhoacopo.blogspot.com, estivemos presentes. Só faltou um. Havia a decorrer em simultâneo um encontro de bloggers (ver post). Lá nos encontrámos: Vinho a Copo, Pingas no Copo, Saca a Rolha e Copo de 3.

O evento decorreu morno e sem a afluência esperada. Do ponto de vista egoísta de curto prazo, eu diria ainda bem: permitiu-nos uma melhor circulação entre “barraquinhas” e maior e melhor tempo de contacto com os representantes dos vinhos. Do ponto de vista egoísta de longo prazo, eu diria ainda mal: se o evento não é um sucesso mais cedo do que tarde acaba. O que é uma pena porque este até é muito interessante.

E porque é que é interessante? Um dos objectivos do dia final do evento é mostrar ao público uma amostra da colheita do ano anterior. Neste caso: 2005. Encontrava-se na prova amostras de futuros vinhos: uns que ainda não chegaram à madeira, outros já a dormir em barricas. Mas não só de 2005 se fez a festa. Além de lançamentos recentes, alguns produtores levaram colheitas de 2004, alguns já engarrafados, mas que só irão sair lá para o final do ano. Só para dar alguns exemplos: Aneto 2003, 2004, 2005 (o que foi engraçado por que deu para ver a diferença entre um vinho que saiu há pouco tempo para o mercado, o outro carregadíssimo de madeira e o último que só há pouco chegou à madeira), Poeira 2004 e 2005, Batuta 2004 e 2005. Houve também a participação de alguns “eventuais” vinhos do porto vintage: Niepoort 2005, Taylors 2005.

Eu não estou habituado a beber amostras de “casco”. Como experiência foi interessante e entusiasmante. Mas confesso que às tantas dei por mim a dizer: este cheira e sabe ao mesmo que aquele outro de há bocado. E de há dois atrás também, e assim sucessivamente. Até que desisti de provar esses vinhos. Dediquei-me, então, a provar alguns vintages 2003 que ainda não tinha provado. Mais como curiosidade já que não gosto de avaliar vinhos nestas condições.

De entre os provados quero apenas fazer referência a três ou quatro:
Batuta 2004 - parece-me que está a caminhar para algo muito parecido ao 2003;
Qtd. do Infantado Vinhas Velhas 2005 – que me pareceu que já se podia beber agora e que só vai sair daqui a ano e meio;
Terra de Tavares Jaen (ainda sem madeira) - uma casta que nós não estamos habituados a beber em varietal e que realmente surpreendeu (no meio de muito do mesmo) pela irreverência na boca. É uma casta que realmente sabe a alguma coisa.
Taylor’s 20 anos – porque para o fim do evento a minha boca já estava a precisar de algo diferente, mais suave a ligeira laranja e frutos secos, face aos vinhos carregados que dominaram a prova.


Espero que aconteça novo Dão e Douro em Lisboa em 2007. Prometo lá estar.


P.S. Em conversa com um produtor, confessou-me ele, que o ano de 2004 foi um ano de declaração generalizada de vintage. E que o ano de 2005, pensa-se que ainda é melhor, e portanto nova declaração generalizada de vintage na calha. Os 2003 ainda não se venderam logo os preços vão descer, garantia-me ele. Primeiro desconfiei: três anos consecutivos de declaração generalizada? Achei estranho. Depois entrei em pânico: eu ainda nem provei metade da declaração de 2003, portanto não tenho tempo, nem dinheiro, nem espaço para “acomodar” mais dois anos seguidos de excelentes vintages. Tenho que arranjar uma assistente. Ou mesmo duas, não vá a outra faltar um dia.

7 comentário(s):

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

"O evento decorreu morno e sem a afluência esperada."

Caro Rui

Será que o outro encontro (Terras do Sado / Porto) terá tido alguma influência ? Sempre era uma final da taça de Portugal e dava em directo na Televisão.

Um abraço

JTMB

Paulo Pacheco disse...

não me parece que os dois eventos colidissem. talvez o bom tempo?

João disse...

Na minha opinião, devia ser feito antes a um sábado.

A um Domingo só vai que tem alguma liberdade depois na segunda feira ou quem é mesmo aficcionado do vinho.

Como todos nós pretendemos estender o gosto pelo vinho a todos os consumidores, também temos de ajustar as provas ao horários de todos, e para muitos, provar/beber uns bons copos de vinho a um Domingo à tarde, pode prejudicar o dia seguinte de trabalho, e isso é um risco que muita gente não quer correr.

É lógico que para os produtores, enólogos, organização ou jornalistas é-lhes indiferente, pois podem sempre descansar no dia seguinte.

É como dizem "Não mata, mas moe"

Se tomrem como exemplo a FIL, no Sábado está cheio, no Domingo nem por isso.

O Futebol pode sempre ser gravado (afinal não era o glorioso que ia jogar, e aí sim, o mundo, senão mesmo Portugal, parava para ver o jogo), e o bom tempo é uma constante no nosso país, por isso, não ia por estas razões.

Abr

JP

rui disse...

Comecei a “crónica” referindo o facto de ser “Domingo” e “Dia de Taça de Portugal”, exactamente para apontar algumas pistas para o facto da afluência não ter sido a esperada (perguntei isso mesmo ao João Roseira e ele tb me disse que estava à espera de mais gente). Quanto às causas, penso que o Ricardo está a ultimar um post sobre o tema.

Um abraço,
RC

joaorosé disse...

Hello,

gracias pela vossa participação no 3º Dão e Douro, em Lisboa, e pelos comentários.


re-activei o meu blog http://gotaepinga.blogspot.com/
após ano e meio de pausa.
tem um link para aki.

(joão, envia-me o contacto do pedro para ver se não lhe perdemos o rasto agora que é papá)

saludos
joão

Anónimo disse...

Sobra a nota de rodapé: não me parece que 2004 seja ano de declaração generalizada de Vintage. Isso acontece quando as generalidade das casas o fazem e com a suas primeiras marcas. Para 2004 isso não vai acontecer. Independentemente da qualidade da colheita e consequente evolução, comercialmente não é hábito, nem, talvez, saudável financeiramente. Penso que vai haver vintages de segundas marcas e single quintas.

rui disse...

Caro JMS,
bem vindo ao nosso blog. Bem sei que só se pode considerar um ano vintage “clássico” qd a generalidade das grandes marcas efectua declaração de vintage nesse ano. Daí ter desconfiado do que o produtor me disse – três anos consecutivos não lembra a ninguém. Mas a verdade é que ele mo disse. Até insisti com ele e ele voltou a confirmar-me a “coisa”. Eu como não tenho acesso aos registos das declarações, vendi-vos a informação tentando passar alguma desconfiança na informação e acabei a brincar com o assunto. Sinceramente, tb não acredito num ano vintage em 2004. Quanto a 2005 já não sei.

Um abraço,
RC

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