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quarta-feira, junho 28, 2006

Vinho espanhol faz mal aos ombros!

Esta foi a descoberta mais recente que fiz.
Não pensem que é uma atitude xenófoba contra o vinho espanhol. Trata-se apenas de uma constatação de um facto, relativo a uma situação engraçada que ocorreu comigo enquanto via o jogo de futebol (ou deverei dizer luta de gladiadores) entre Portugal e a Holanda. Engane-se quem pensa que não conseguimos fazer um título ao melhor estilo tablóide…

Estava eu tranquilamente a ver o jogo, enquanto bebia um Campo Viejo, um vinho espanhol bastante honesto e frutado (pelo menos para o padrão espanhol), que era bastante agradável e despretensioso, e que me fazia esquecer as dores que tinha no ombro esquerdo fruto de uma luxação. Estava a ser uma terapia tão boa (de longe melhor que todos os anti-inflamatórios mais convencionais que já tomei), que me esqueci completamente do problema que tinha no ombro.

A situação complicou-se quando Portugal marcou o golo (isto até parece estranho). Como tinha o copo de vinho na mão direita, só me restou o braço esquerdo para comemorar efusivamente. Resultado, voltei a deslocar o ombro e devo ter sido o português que mais sofreu com o nosso golo.
As dores foram tantas que não tive opção, senão recorrer a um anti-inflamatório mais forte e agradável – um Taylors 2003 vintage, que tomei no fim do jogo e que tão bem combinou com a garra da nossa selecção.

O problema é que agora que se foi o remédio, as dores voltaram e o stock já se esgotou…

9 comentário(s):

rui disse...

Ouvi dizer que há malta que apesar de não ter infecção nenhuma tb toma como medida preventiva. Esgota rapidamente nas farmácias e quando encontramos está a preços absurdos. Também tenho esse problema e não é só com essa marca de “anti-inflamatórios”. :)

Nuno disse...

E ainda por cima não é comparticipado pelos seguros de saúde.

Deve ser obra do lobby das farmacêuticas que só nos impigem placebos sem sabor!

colher-de-pau disse...

Isto agora não tem nada a ver com o post, mas mesmo assim...
Graças a um pai q adora apreciar vinhos, fui-me habituando a provar e apreciar os vinhos que ele ia comprando para criar a sua garrafeira. Acontece q apesar de conhecer alguns vinhos e castas, não tenho conhecimentos para criar a minha própria garrafeira. Claro q poderia pedir ao meu pai para me ajudar, mas gostava de o poder surpreender com alguns bons vinhos de cada vez q o convido para vir almoçar ou jantar a minha casa.
Que sugestões para começar a criar uma garrafeira me podem dar? Que tal um post sobre isso?

Nuno disse...

Essa não é nada fácil!

Eu pelo menos tenho muita dificuldade na gestão de stocks. Dou por mim a comprar algumas garrafas de vintage de uma determinada marca/ano, dizendo a mim próprio com toda a convicção do mundo: “Vou beber uma nos próximos tempos, e depois vou guardar as outras para mais tarde poder avaliar a sua evolução”.

O problema é que o mais tarde, por uma ou outra razão, acaba por ser sempre demasiado cedo (alguns anos antes do previsto).

De qualquer forma, alguns companheiros do blog conseguem ter umas garrafeiras mais recheadas e consistentes ao longo do tempo, pelo que irão certamente partilhar o seu segredo num futuro post.

Ou será que me andam a esconder o segredo?

rui disse...

Nuno, o segredo para ter stock é comprar a um maior ritmo do que aquele bebes. Tu pelos vistos andas a beber igual ao que compras. Essa racionalidade na compra não é normal encontrar num enófilo. :)

Respondendo à pergunta da Colher de Pau: se comprar um livro qq sobre vinhos, nos primeiros capítulos encontra quase sempre um bocado de texto dedicado à criação da garrafeira pessoal. Nos guias de compras, é capaz de encontrar no capítulo das perguntas mais frequentes. A ‘conversa’ anda sempre à volta do mesmo: local escuro, húmido e fresco, alguns complementam com um nº de garrafas ‘ideal’ divididas por tipo de vinho (brancos, tintos, generosos, espumantes, …). Esta é a opinião dos profissionais.

A minha é a seguinte: faça a seu gosto e do tipo de vinhos que gosta. Não ocupe espaço com vinho ‘corrente’ já que este encontra-se em 5 minutos numa visita ao supermercado. A temperatura é importante se quiser guardar os vinhos tintos mais que um/dois anos. Sempre que possa compre pelo menos 2 garrafas de modo a poder provar uma na altura da compra e a outra mais tarde, só assim consegue perceber a evolução. Se gostar de porto, compre uns vintages de um ano de colheita bom e vá abrindo para ver a evolução. Se quiser guardá-los mais que 2/3 anos não escolha dos mais caros se não tiver uma cave climatizada. Pode até conseguir guardá-los mais de 10 anos, mas se as condições não foram boas o vinho nunca será tão bom como aqueles provados pela Revista de Vinhos (as amostras enviadas dos produtores estiveram nas caves fresquinhas de Gaia). Aconselho, nestes casos, um vintage de boa qualidade/preço de modo a que o desapontamento mais tarde não seja tão forte e a surpresa a haver seja potenciada. Vai aprendendo com os erros. Também faz parte.

Nuno disse...

Se fosse mais racional acho que não comprava algumas garrafas que custam para cima de meia dúzia de reis... :)

Por outro lado, também tenho consciência que não possuo boas condições de armazenamento. E se há coisa que eu não gosto, é de estragar vinho!

Provavelmente exagero um pouquinho neste meu receio...

O que vale é que o Ricardo me vai guardando algumas garrafas na sua cave. Espero apenas que ainda estejam cheias... :)

colher-de-pau disse...

A cave fresquinha e escura, e a garrafeira (quase vazia) tenho eu... andam lá perdidas umas garrafas de Pera Manca branco (2003) e de Cartuxa (2003) também branco que foram "presente" do meu pai. Mas nada de tinto, que eu prefiro...Vou ver se começo então a "encher" a garrafeira com algo q me agrade e tentando comprar 2 garrafas.. Vou dando notícias das compras!

teste disse...

Quanto às garrafas do Nuno que lá tenho em casa acho que ainda estão intactas, as do Rui já não sei muito bem...

Voltando à questão da garrafeira, sugiro que, para começar, comprar alguns vinhos mais familiares (que já conheça e de que assumidamente goste) para ter aí um porto de abrigo. Depois é começar a acompanhar alguns media para ir vendo se as boas notas de determinados provadores coincidem com as suas opiniões, e quando se conseguir identificar com algum é ir comprando as suas recomendações, aqui reforço a teoria de nunca comprar só 1 garrafa.

Quando for ganhando mais experiência, aconselho vivamente a ir experimentando novos vinhos, novas regiões e inclusive novos países, só assim vai conseguindo aprender com a sua própria experiência e ter uma opinião própria e fundamentalmente sua.

Quanto ao impressionar o seu pai, se ele for um apreciador de vinho, sugiro que o surpreenda com vinhos que ele não conheça, é sempre uma experiência mais enriquecedora.

Cumprimentos,
RR

Anónimo disse...

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