Blue Wine: Melhores do Ano 2007
Na maré do balanço de 2007, deram à costa os melhores do ano para a revista Blue Wine. A edição 20, supostamente, deveria trazer-nos a novidade dos melhores do ano. No entanto, para quem acompanha a revista a lista dos melhores do ano acaba por não se nenhuma novidade porque a revista publica em todas as edições o TOP 100. Ora , tudo às claras. Os melhores estão lá continuamente impressos e não existe provas extra (não publicadas) que dão origem a ajustamentos finais. A meu ver, este número, mais que mostrar-nos os melhores de 2007 vem dizer-nos: caros leitores a partir do próximo número começa o TOP 100 de 2008. Na prática, é um reset à contagem.
19 – Dow’s Qt. Srª Ribeira Vintage 2004 (Porto)
19 – JMF Moscatel Roxo Superior 1960 (Moscatel Setúbal)
18,5 – Croft Qt. Roeda Vintage 2004 (Porto)
18,5 – Pintas 2004 (Douro)
18,5 – Poeira 2004 (Douro)
18,5 – Taylor’s Qt. Vargellas Vinha Velha Vintage 2004 (Porto)
18 – Cedro do Noval 2004 (Douro)
18 – Cossart Gordon Bual Vintage 1958 (Madeira)
18 – Fonseca Guimaraes Vintage 2004 (Porto)
18 – Incógnito 2004 (Alentejo)
18 – Montes Claros Reserva 2004 (Alentejo)
18 – Paço Cunhas de Santar Vinha do Contador (Dão)
18 – Pintas Vintage 2004 (Porto)
18 – Qt. Pellada 2005 (Dão)
18 – Qt. Tecedeiras Reserva 2004 (Douro)
18 – Qt. Baixo Garrafeira 2004 (Bairrada)
18 – Qt. Vale Meão 2004 (Douro)
18 – Qt. Vale Meão Vintage 2004 (Porto)
18 – Redoma 2004 (Douro)
18 – Taylor’s Qt. Vargellas Vintage 2004 (Porto)
18 – Vale de Pios 2005 (Douro)
18 – Vinhas da Ira 2004 (Alentejo)
18 – VT 2004 (Douro)
Penso que é inevitável fazermos a comparação com os melhores do ano para a RV. Não há volta a dar. Para lá dos escolhas em si, a coisa que, para mim, mais comichões me dá é a colheita dos vinhos. Tirando os generosos, a colheita de tintos distinguida é a de 2004. Na RV os vinhos distinguidos são da colheita de 2005, sendo que a colheita de 2004 já deu prémios melhores do ano para a RV, mas de 2006. Isto é: ou a RV anda adiantada ou a BW anda atrasada. Porventura, se simpatizarmos com uma revista ou com a outra assim escolhemos a primeira ou segunda das hipóteses.
Deixando os atrasos de parte que, deve-se referir, não abrangem apenas os melhores mas todos os vinhos provados (a colheita de 2005 nos tintos ainda não saiu para os provadores da BW), tenho duas ou três coisas a dizer sobre os vinhos da lista acima.
- Grande percentagem de generosos, nomeadamente Porto vintages de 2004. Não sendo este considerado pelas casas produtoras um ano de declaração generalizada, e portanto, será um ano razoável mas não excelente, prevê-se que em anos “clássicos” a escala da BW tenha que ser aumentada ou os critérios apertados. Corre-se o risco de ter 20 vintages com notas 19 e acima (em inglês, é muito mais catchy esta frase.”nineteen and beyond!”, com ênfase no final da mesma, claro);
- Faltam alguns dos já “clássicos” glutões de tops anuais (como por exemplo, o Batuta no Douro e muitos Alentejanos) que nunca foram provados. Ou seja, podia-se pensar que era refrescante haver outros que não os mesmos no topo mas quem acompanha a revista sabe que muitos vinhos de topo que se encontravam no mercado não foram provados. Aliás, falta uma maior abrangência de prova à BW(em todas as gamas e não só nas mais caras). Acredito que não seja culpa da revista mas antes uma falta de motivação dos produtores no envio de amostras. A razão? Bem, podemos especular ...;
- Refinando a análise, salta-nos à vista um intruso no meio da maioria dos convidados da festa. Um jaquinzinho no meio dos tubarões. Um caso que foi discutido aqui e noutros blogs. O Montes Claros Reserva 2004. Essa “surpresa” teve reflexos imediatos no painel da provadores da BW. Não refeitos do caso Kopke vintage 2003 (melhor vinho de 2006 para a BW com nota 19), a BW não perdoou novo caso à Célia Lourenço e esta nunca mais assinou uma nota de prova. O Rui Falcão e o Raúl Riba D’Ave também deixaram de ver os seus nomes inscritos nas provas do “suposto” painel e foram buscar o Manuel Moreira, reconhecido escanção, que tem uma “escola” de prova mais próxima da RV. Uma pena, pois as notas de prova perderam aquela excitação da diferença e passaram a alinhar pelo diapasão da repetição.
- No mais, deixar um palavra para o Cedro do Noval que bateu o topo de gama da casa (e três vezes mais caro) Qt. do Noval. E uma outra, para o Vale de Pios 2005 que, sinceramente não conheço. Nunca lhe via a cara (leia-se, rótulo) mas segundo a revista anda nos 18€. Pode ser que este seja mesmo um achado ... à seria. :)
Produtor Vinhos Consumo: Niepoort e Campolargo (4 referências)
Enólogo Vinhos Generosos: Charles Symington e David Guimaraes (5 referências)
Enólogo Vinhos Consumo: Paulo Laureano (5 referências)
8 comentário(s):
Boas,
A quem encontrar o Cedro de Noval de 2004 eu ofereço um Montes Claros! :)
Abraço,
Fernando
Boas,
A Célia foi "despedida" da Blue Wine? Nunca mais escreveu nada, isso é verdade.
O Rui Falcão e o Raul Riba Ave também foram "despedidos" do painel de prova? Bem, a Blue Wine é uma trituradora de criticos! Já repararam que dos 4 que começaram já não sobra nenhum? Agora é o Manuel Moreira. Quando é que ele vai ser "despedido"?
Pedro Ferreira
Caro Pedro,
tb não sei se foram despedidos ou não. Aliás, tive o o cuidado de referir apenas que deixaram de ver os seus nomes associados a provas. Até podem continuar a provar e a trabalhar para revistas, apenas não assinam.
Eu não posso dizer que "ainda sou desse tempo", porque não sou assim tão cota, mas gostava que alguém viessem aqui dar um cheirinho dos primeiros tempos da Rev. de Vinhos. Acredito que não tenham sido tão conturbados pois os tempos eram outros e não havia a concorrência e a consciência alargada que há hoje. Tiveram tempo de crescer, de cometer os seus erros e de ir afinando (os próprios e o gosto dos leitores :))
Um abraço,
RC
Tenham juizo! Mas qual despedidos, qual quê? Acreditam mesmo nisso? A vontade de dizer mal é suficiente para inventar coisas destas? Esta informação está baseada no quê? Quais são os fundamentos?
As pessoas inventam histórias destas e passado um bocado até começam a acreditar nelas. São estas insinuações maldosas que tiram a credibilidade a este tipo de sitios na Internet.
Infelizmente o que mina a credibilidade de sítios como este são os contínuos comentários não assinados. É um preço que pagamos por estarmos abertos a todos, credíveis e não credíveis.
De um modo geral:
- Que credibilidade tem um comentário não assinado?
- Que credibilidade tem um comentário que reclama credibilidade e não está ele próprio assinado?
Particularizando este caso:
- Que credibilidade tem um comentário de um anónimo que não sabe ler ou interpreta “B” quando está escrito “A”?
Tive o cuidado de não fazer qualquer referência a despedimentos no post. Reforcei isso mesmo no comentário que fiz. A única certeza (não se trata de credibilidade mas sim de factos) é que os nomes referidos deixaram de assinar provas na revista. Posso até dizer a partir de que número.
A única suposição que transparece do post é que não foi coincidência o facto de deixarem de assinar as notas de prova e a polémica provocada por algumas classificações atribuídas. Assumo esta correlação especulativa. E assino.
RC
Se por acaso vier a provar o vinho vale de pios poderá confirmar que é um achado. consulte www.pios.pt se pretender ter informações
quando lemos as duas revistas de vinhos ficamos felizes por haver duas abordagens diferentes. provavelmente a RV terar uma abordagens mais interessante com a inclusão de alguns artigos tecnicos. Mas francamente não é possivel atingir uma faixa de consumidores onde o universo blue é muito forte com um grafismo tão mau. Já provei vale de pios e de facto é uma supresa muito agradavel, parabens ao produtor.
Raul Meireles
Provei o Vale de Pios Recomendo-o para mim fou uma surpresa Parabéns ao produtor
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