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segunda-feira, junho 05, 2006

Vintage de 3 Dias

Preâmbulo – O motivo da experiência relatada no post que se segue foi uma série de comentários efectuados por um participante neste blog. Durante o texto em baixo faço referência ao facto de que esse participante considera que um vintage novo atinge o apogeu ao fim do terceiro dia após abertura. O mesmo em comentário, não concorda e escreve que nunca afirmou tal facto. Depois de ler e reler os comentários que deram origem a este post, tenho que concordar que nunca foram proferidas exactamente essas afirmações. Decorreu da troca de comentários, na altura, este meu errado entendimento. Decorre daqui que não me resta alternativa senão pedir desculpa ao mesmo e deixar aqui um link para o contraditório do mesmo. RC


Num post que coloquei há cerca de um mês atrás sob o título “Vintage Novo”, apesar do mesmo versar sobre a forma como a imprensa especializada e os críticos tratam os consumidores/apreciadores de vinho novo, quer vinhos de mesa quer vintages, depressa os comentários ao mesmo passaram a discutir ideia se é aceitável consumir vintages novos e a melhor forma de os provar. Culpa minha, com certeza, porventura o título não foi o mais indicado.

Nos comentários que se seguiram, um dos nossos melhores “comentadores” afirma que um vintage novo não devia ser consumido/provado imediatamente após a abertura da garrafa. Nem daí a 3/4 horas. Devia, antes, ser a acompanhado durante os dias que se seguem à abertura culminando o seu apogeu por volta do terceiro dia. Não querendo interpretar mal as suas palavras e com isso influenciar decisivamente a opinião dos leitores aconselho fortemente a leitura dos comentários efectuados pelo sua autor.

Ora bem, não negando à partida uma experiência que desconheço, afirmei na altura que iria efectuar a experiência e descrever aqui os resultados da mesma sem qualquer tipo de receio ou complexo face ao resultado final. Será sempre subjectivo, como é evidente.

Então, durante os dias que se seguiram, peguei em três alvos de teste: Qt. Revolta Vintage 2002, Vista Alegre Vintage 2003 e Silval Vintage 2003. Vinhos baratos, eu sei. Não ia pôr-me a fazer experiências com vinhos caríssimos. Escolhi vinhos que ainda não tinha provado anteriormente de maneira a não estar condicionado por provas passadas. Segui as instruções: abri a garrafa e registei a prova. Fechei a garrafa apenas com a rolha. Não utilizei qualquer sistema para retirar o ar da garrafa já que um dos objectivos da “receita” é deixar o processo de oxidação se desenvolver. Nas provas seguintes ao longo dos três dias voltei a fazer o mesmo. Efectuei a experiência em casa depois de deixar as garrafas de pé em repouso vários dias.

Não vou aqui descrever exaustivamente o ritual e as sensações das provas ao longo dos vários dias. Já me rotularam de Engenheiro devido às minhas tabelinhas Excel e não pretendo que me apontem agora como “Cientista - Investigador”. Passaria a ser a pessoa com mais títulos da comunidade enófila portuguesa. E nenhum deles correcto.

Os vinhos comportaram-se de forma muito idêntica: no dia seguinte à abertura o aroma diminuiu drasticamente e ficou indeterminado. Não se notaram grandes variação na boca. No segundo dia os aroma continuaram indefinidos mas na boca começou-se a notar um final mais agressivo. No terceiro dia os vinhos apresentavam-se com cheiros estranhos (verniz, produtos limpeza). A boca tornou-se áspera e desagradável.

O único vinho que me pareceu que em determinado momento melhorou foi o Silval. Passada 6/7 horas, quando o provei novamente, o aroma tinha aberto ligeiramente (na abertura foi o que se apresentou mais fechado) e além das violetas notava-se agora um muito ligeiro chocolate. Esperem! Agora que escrevo estas linhas, ocorre-me que esta experiência está viciada à partida. É opinião generalizada de que as provas só são válidas na altura das mesmas, logo não as posso comparar. Quem me garante que não estava capacitado de poderes de “super-provado” numa hora e noutra já não. Deixando-me de filosofia barata, em jeito de conclusão: a experiência revelou-me que não existem melhorias algumas num vintage novo passados até três dias após a abertura. Reparem que nem utilizo o argumento: “podem até existir eventuais melhorias mas são tão insignificantes que não justificam o esforço e a logística de gerir um vinho aberto durante tanto tempo”. Zero. Aliás, um dos vinhos custou-me bebê-lo ao fim dos três dias. A mim e ao meu irmão que utilizei como “grupo de controlo” neste experiência. E posso garantir-vos que ele é insuspeito. Não conhece marcas e não lê literatura sobre assunto. Só refere se gosta ou se não gosta, se está melhor que ontem ou que o dia anterior ou não. Nestes três casos, não estava.


P.S. Agradeço a quem já tenha feito esta experiência que a partilhe aqui nos comentários deste post.

26 comentário(s):

João disse...

Eu apenas fiz a experiência com um LBV - Qta do Infantado 1998. Não notei evolução, e ao fim de 2 dias começava a decrescer substancialmente de qualidade.

Normalmente quando abro um LBV e não o bebo todo, tapo-o com uma rolha de vacuo e guardo-o no frigorifico (agora de Verão). Fica bebivel nos dias seguintes, mas nunca notei algumas melhorias.

Terei de experimentar com um Vintage para analisar melhor.

Rui, não os chegáste a decantar, pois não ? Não seria diferente ?

JP

rui disse...

Não decantei. Apenas abri e voltei a fechar. Se decantasse, penso que o processo de oxidação seria mais acelerado. Posso experimentar.

Também em outras ocasiões utilizei o vacuvin. Numa das ocasiões o vinho no outro dia tb tinha um cheiro a verniz. Mas nunca utilizei o sistema de vácuo mais do que uma vez no mesmo vinho para descortinar até onde ele podia ir.

RC

Anónimo disse...

Aconselho-o a consultar o forum do site http://www.fortheloveofport.com/
Alguns dos foristas bebem mais porto Vintage num mês que alguns de nós em alguns anos. Existem tópicos acerca deste assunto da oxigenação. Leia e tire algumas ideias.

Paulo Pacheco disse...

qualquer "cromio" sabe que um vintage é para beber no dia... mai nada.


Claro que há sempre um cromo da bola... mas .. que diabo!!!
3 dias????

Paulo Pacheco disse...

"se eu aí for no principio de Agosto? convidam-me para o tal encontro no york house?

levo umas "pomadas" da casa Santa Eufémia que até "faz faisca" ehehhe

Anónimo disse...

Voces querem tranformar este espaco no Correio da Manha dos blogues? Parece que sim... Nao sei onde foram buscar essa conversa dos tres dias. Pela minha parte, arrivederci.

Tirado de
www.wineloverspage.com/port/decant.phtml

7 years or less: 10-12 hours of decanting time
8 -15 years old: 8-10 hours of decanting time
16-25 years old: 6-8 hours of decanting time
26-35 years old: 4-6 hours of decanting time
36-45 years old: 3-5 hours of decanting time
46-60 years old 2-3 hours of decanting time
60 years old: 1-3 hours of decanting time

Anónimo disse...

Tanto que se fala e tão pouco que se prova... só espero que não me venham com a conversa de dar um Vale Meão Vintage 2000 Virtual...

Já tentaram fazer uma prova de vinhos brancos por exemplo ?

rui disse...

Caro Paul Pacheco,

Agradecia que não insultasse ou gozasse com as pessoas que participam, através de comentários, neste blog. Se quiser, goze comigo que sou eu que escrevi o post. Todas as opiniões neste blog têm que ser respeitadas apesar de por vezes também eu não concordar com elas. Mas é isso que faz o sucesso de um blog de opinião.

Este post nunca pretendeu gozar com quem tem uma opinião diferente da minha. Pelo contrário, quis demonstrar que aceitei a sugestão feita e efectuei a experiência sugerida. Era objectivo que outras pessoas pudessem aqui partilhar as suas experiências e, se fossem diferentes da minha, ainda melhor. Podíamos perceber o porquê da diferença.

Se este meu desejo, do qual não abdico, não for cumprido existem duas possibilidades:
1. Deixo de escrever aqui;
2. Apago os comentários mais incorrectos.

Em avanço, muito obrigado.
RC

P.S. Este pedido é válido para qualquer participante neste blog.

rui disse...

Caro anónimo,
Os três dias foram retirados das seguintes palavras:

“Se se vai beber vintage novos, pelo menos que se decante o vinho com muita antecedencia e se acompanhe a sua evolucao ao longo de 2-3 dias. Num dos posts neste blog fala-se em provar - e dar nota - a Porto Vintage acabadinho de sair da garrafa! Assim nao meus senhores, trata-se de um vinho desenhado para sobriver decadas em garrafa...”

Nós não somos o Correio da Manhã pela seguinte diferença: no meu post coloquei um link para o comentário agora aqui transcrito e apelei a que as pessoas lessem os comentários feitos pelo próprio autor de maneira a não enganá-los.

Mais, como acredito que a maior parte das pessoas não leram o post “Vintage Novo” e não foram ler os seus comentários, vou propor-lhe que faça aqui o seu contraditório. Em primeira página, ou seja, envia para o nosso mail o texto que quiser publicar e garanto-lhe que será publicado na íntegra (desde que respeite algumas regras básicas, como não cair na asneira ou na ofensa grosseira). Será publicado por mim em seu nome (que pode continuar anónimo).

Penso que o Correio da Manhã nunca fez isto.

RC

rui disse...

Caro Conjurado,
Deduzo pelas suas palavras que já não é a primeira vez visita os comentários aos nossos posts. Peço que me perdoe, mas, ainda assim, agradeço-lhe a sua primeira participação.

Mas como já reparou, este blog não se limita a colocar as notas de prova de vinhos provados. Para isso, existem os guias de vinhos. Tentamos discutir alguns temas que giram à volta do vinho. Umas vezes melhor que outras, é verdade. Mas tentamos.

A pergunta que faz não podia ter encontrado pior receptor. Se leu anteriores posts meus, sabe que, por norma, não gosto de vinho branco. Não consigo apreciar. Não é porque acho que é um sub-produto ou um refresco. Tenho o direito a não apreciá-lo, tal como também não aprecio certos vinhos tintos. Como não sou crítico especializado, não tenho a obrigatoriedade de gostar ou provar todo o tipo de vinhos. Logo neste blog só vai encontrar provas (pelo menos da minha parte) de vinhos que nós normalmente bebemos enquanto simples consumidores de vinho. Ou seja, irão sempre reflectir os nossos gostos pessoais.

RC

teste disse...

Tenho andado muito ocupado estes dias e como tal não consegui acompanhar o blog como gostaria.

Confesso que me faz alguma confusão algum tipo de comentários que são colocados por aqui, somos "presos por ter cão e por não ter". O Rui disponibilizou-se para aprender mais com uma experiência sugerida pelo "nosso anónimo", que apresentava argumentos que nos pareciam válidos, e nada melhor do que experimentar. Resultado, o Rui não concordou com com os resultados esperados e colocou essa opinão aqui no blog.

Para quem tanto critica a comparação e análise de notas de livros e revistas esta exposição de palavras e experiências de outros sem colocar as suas próprias provas parece-me pouco coerente. Mas isto sou eu, se calhar posso estar a analisar mal a questão.

Quanto ao "adeus", não tenho a certeza do que poderá significar mas tenho pena se significar que vai deixar de nos visitar, penso que estas nossas "discussões" quando tidas com o objectivo de partilhar experiências só nos podem enriquecer e tornar-nos enófilos mais conhecedores.

Todas estas pequenas divergências acontecem muitas vezes porque na web não podemos complementar a leitura com uma análise do comportamento de quem escreve, que muitas vezes é o suficente para evitar mal entendidos. Como tal queria desafiar o nosso amigo (perdoe-me se não gostar que o trate assim) anónimo para um jantar (ou almoço) em que possamos conviver e apreciar boa comida e bons vinhos, que é afinal o que nos move a todos.

Cumprimentos,
RR

Cristo disse...

Existe um artigo publicado por Roy Hersh, intitulado: Decanting Vintage Port: The "Hersh Method"
(www.fortheloveofport.com/articles/decanting.htm), que diz o seguinte:

“As to long decanting times, I want to be clear, for the record: I don't believe in decanting Ports for more than 12 hours, except for very specific evaluation purposes. I can count the examples on one hand where I have exceeded that limit. Cask samples and current vintage Ports aside, 12 hours in decanter is plenty as a maximum threshold. Conversely, there are Vintage Ports that I will only have in decanter for 1-2 hours too. So my recommended decanting "window" is between 1-12 hours for VPs (primarily) depending on vintage and Producer. Extended decanting of Port and especially VP is a good thing. But going too far, say 24 hours of decanting time, in my opinion, serves only to strip the Port of its true beauty while dumbing down the tannins and negating too much of the structural components of the wine. Some adhere to that practice for the sake of having something softer and (arguably) better in terms of aromatic and flavor profiles. I prefer to allow the freshness and natural components of a Port to be enhanced by decanting, not to alter its entire character.”

rui disse...

Cristo,
Não será difícil de encontrar nesse mesmo fórum ou em outros sites pessoas com ideias de tempos de decantação diferentes. Uns mais outros menos. O tema da decantação prévia será sempre dos mais controversos porque é a actividade de serviço de vinho com mais variáveis não controláveis.

Já escrevi aqui sobre esse tema (http://vinhoacopo.blogspot.com
/2006/03/decantao.html) e contínuo a achar que é uma batalha perdida ainda antes de a mesma começar. Não existe tempo pré-definido perfeito para cada vinho/garrafa. É preciso abrir e ir provando de 10 em 10 minutos e depois temos que encontrar uma condição de paragem. Paramos quando considerarmos o vinho melhor que há 10 minutos atrás? Mas se fizermos isso nunca saberemos se o vinho podia ser melhor daí a 10 minutos. Então paramos na primeira prova pior que a anterior. Pior a emenda que o soneto. Neste caso nunca bebemos o vinho no seu auge. Já estamos a beber sabendo que o devíamos ter bebido 10 minutos antes. Ou seja, isto nunca mais acaba.

Podem-me dizer: “então mas faz parte de apreciar um vinho acompanhar a sua evolução ao longo do tempo”. Não discuto esta ideia. Se existem pessoas que gostam deste processo quem sou eu para criticá-las. Força a isso. Eu prefiro acompanhar a evolução da conversa e da boa disposição daqueles que mais gosto. Daí nunca beber sozinho. Dá-me particular gozo partilhar uma garrafa de vinho que me custou os olhos da cara com amigos (alguns dos quais nem fazem ideia do preço ou que marca é aquela). Não posso abrir a garrafa, acompanhar a sua evolução e, quando achar que está no ponto, telefonar a todos para correrem depressa lá a casa antes que passe o “mommentum”.

RC

Anónimo disse...

Vamos entao ver se nos entendemos, faisons une chose serieuse:

O excerto que transcreve traduz o que eu penso ser a forma correcta de avaliar um vintage. Penso, por duas razoes: leio sobre o assunto, converso com quem tem centenas garrafas de porto, tenho alguma experiencia - se bem que comparativamente insignificante. Nunca me arvorei em especialista no assunto, isto que fique absolutamente claro.

Dizer que o vinho deve (pode?) ser acompanhado ao longo de dias esta' a milhas de distancia de dizer que este atinge o seu apogeu ao terceiro dia, qual Cristo ressuscitado. Aqui esta' o Correio da Manha, and therein lies the root of the matter.

Num outro "comentario" instaram-me a caracterizar a evolucao de um vintage. Falava-se em cinco dias. A minha resposta: nao sei, mas cinco dias parece-me exagerado. Ja li notas de prova que atestam que determinado vinho ao segundo dia estava no seu melhor - relativo, como e' obvio. Cada garrafa, cada vintage e' um caso 'a parte.

A experiencia que relata nao tem paralelo em nada do que eu tenha lido ou experenciado na primeira pessoa. Nao vale a pena entrar em minuencias para tentar explicar porque. O vintage e' um vinho diferente de quase todos precisamente pela maneira como evolui a partir do momento que entra em contacto com o ar. O artigo do Roy Hersh descreve isso mesmo. O senhor ja bebeu uns largos hectolitros do nectar, deve saber do que fala.

Finalmente, e aqui esta' outro cerne da questao: ha provar e avaliar um vinho, dar-lhe uma classificacao, e ha' bebe-lo na companhia de amigos. Se na ultima vale tudo, na primeira, se queremos ser honestos, ja nao.

The End

Paulo Pacheco disse...

Rui... errr gozar com alguem? EU?
..
'tás a gozar não?

O meu comment á mais no sentido de "que grande maluqueira.Vintages com mais de 2 dias??"
e já agora se queres algo mais a sério explico,
que apreciei imenso o teu teste.
Tiveste dúvidas e resolveste-as tirar - Optimo.
Ainda por cima fizeste-o de forma cientifica e correcto - Maravilha.
o meu comentário é no sentido que EU não teria dúvidas.
Aplicaria logo o selo de CROMO ao gajo que disse isso e seguia com a minha vidinha... era só isso.
O gozo (a haver) é para quem escreveu que um vintage ao fim de 3 dias está melhor ( ou está bebivel - como se eu comprasse um vintage para bebe-lo quando estivesse apenas bebivel) e não para ti.
k?


afinal já não vou aí .... fica para a vindima :)

rui disse...

Caro Paulo,
continua a haver um problema de comunicação. Eu percebi que denominaste de “cromo” a quem sugeriu a ideia dos 2/3 dias de evolução para um vintage e não a mim. E é precisamente isso que eu não admito: que gozem com os outros que comentam aqui. Comigo podem gozar à vontade. Ao escrever, estou a expor-me e inevitavelmente estou a sujeito a todo e qualquer tipo de comentários.

RC

Paulo Pacheco disse...

Ok, respeito a tua opinião.
Mas mais uma vez não quis "gozar" com ninguem, até porque estas coisas não são passiveis de gozo.

De qualquer maneira e a ver se nos entendemos:
Concordas com o autor da ideia, que os vintages após 3 dias decantados (ou abertos) estão melhores?
Concordas também com ele que critique quem bebe os vintages novos?

Se não permites que critique entreposta pessoa através do teu blog... só me resta respeitar.
Não volta a acontecer.
;)

Paulo Pacheco disse...

sendo assim faço a devida critica no meu próprio blog

www.lapas.blogspot.com

rui disse...

Caro Paulo Pacheco, acrescentei um preâmbulo neste post explicando que efectivamente a pessoa nunca disse que um vintage estava melhor ao fim de 3 dias aberto. Assumi erradamente essa ideia. Já admiti o erro e pedi desculpas. Assim sendo, a experiência é válida enquanto acto de curiosidade e não como resposta a uma ideia defendida por alguém.

Se este blog é, como pretende ser, um blog de discussão, então é evidente que vamos ter as pessoas participantes em desacordo e a criticarem-se umas às outras. A minha chamada de atenção, face ao teu comentário, foi em relação à forma como o fizeste (chamando “cromo” ao autor de uma ideia da qual não concordavas). No dia que o contrário aconteça, fores tu o visado por algo que eu ache que não se encontra dentro dos paramentos correctos de linguagem neste blog, também me insurgirei.

Na prática, podem-me chamar a mim: cromo, estúpido, arrogante, parvo, o que quiserem. Aos outros participantes, não.

RC

Anónimo disse...

Caros,

pela minha parte, nao vale a pena levar as coisas tao a serio... Gastaram-me alguns dos meus 15 minutos de fama, e isso nao vos perdoo! Ate a proxima...

Anónimo disse...

Acabei de ler o artigo mensal do Michael Broadbent na Decanter de Julho. Nao deve haver publicacao e critico mais tradicionalista na area do vinho. Diz o senhor acerca de um porto de 1947 que bebeu: "(...)the remains in the decanter seemed to grow more powerful over the next couple of days. Still sweet and surprisingly fleshy, its flavour rich and penetrating."

rui disse...

Isso só confirma o que eu penso sobre a decantação prévia: não existe fórmula. Segundo a tabela indicativa que colocaste em cima esse vinho deveria ter sido decantado no máximo 2-3 horas. No entanto, segundo esse autor, ao fim de dois dias ainda estava melhor. Em quem é que vamos acreditar? Quem é vamos seguir?

Isso só reforça a minha convicção de que a decantação é um acto tão imprevisível e não controlável que qualquer tentativa de “balizar” um intervalo de tempo especifico para cada tipo de vinho é um erro, não justificando a melhoria, na esmagadora maioria dos casos, excepto por curiosidade do “vamos lá ver até onde isto vai”, a prática de longos períodos de decantação.

Como podemos concluir, pelos comentários neste blog, este tema continua a ser dos que mais controvérsia gera e continuará a gerar. Mesmos os maiores especialistas sobre o assunto não se entendem quanto mais nós, simples consumidores.

Anónimo disse...

Parece que realmente precisamos todos de ferias. O mito e' que o vintage morre ao fim de 24 horas, basta ler o que esse sr paulo pacheco escreveu para perceber isso. A verdade, segundo moi, e' que um vintage pode melhorar com a decantacao, e que em qualquer caso se pode disfrutar analiticamente da sua evolucao. O Broadbent provavelmente decantou o vinho para o separar do seu deposito, e nao lhe tocou durante as proximas 2 horas. Depois, foi disfrutando dele, acompanhando a sua evolucao. Claramente nao existem receitas, e ainda bem, mas os vinhos nao morrem de um momento para o outro no decantador: transformam-se.

Paulo Pacheco disse...

Basta ver o teste que o rui fez para percebermos que tal MUITO dificilmente será verdade e mais não faremos do que desperdicar vinho no segundo dia.

Mas claro - se o vinho é seu, esteja á vontade:: pode até congela-lo e bebe-lo quando mais lhe aprouver.
(para esse sr anonimo)

Anónimo disse...

Para o sr paulo pacheco: sabe quem e' o Michael Broadbent? Sabe o que e' a Decanter? Sabe ler ingles? Se a resposta a estas tres perguntas for afirmativa, tem ai a minha resposta 'a sua contribuicao para o debate.

Anónimo disse...

Excellent, love it! » » »

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