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quinta-feira, abril 24, 2008

A nova Galeria, o velho Gemelli

Já falámos várias vezes aqui da nossa dificuldade em nos juntarmos os 5 para eventos enófilos. Pelo que, por brincadeira, este jantar foi marcado com 3 meses de antecedência, mas pelos vistos também não foi suficiente, o Cristo lá se baldou à última da hora... adiante.

Andava com curiosidade para experimentar as novas instalações da Galeria (agora com o novo nome de "A Galeria-Gemelli"). Tinha em ideia de que seria difícil manter aquele ambiente acolhedor e caseiro que se vivia nas anteriores (e apertadas) instalações. Confirmei as minhas expectativas, é um espaço completamente diferente, muito mais "clean" e bastante modernizado, mesmo a música ambiente é muito mais techno assim a puxar para os restaurantes da moda. Não é que seja pior, apenas diferente e direccionado para uma clientela diferente do anterior espaço. Para não variar, seriamos, de longe, o grupo mais jovem numa casa cheia para um jantar de sexta-feira a antever uma noite movimentada, não sendo no entanto o nosso caso, que apesar de jovens no BI, estamos feitos uns velhadas e fomos para casa depois do jantar.

Como de costume, toda a gente chegou atrasada e o número final dos comensais só se confirmou minutos antes do inicio do jantar, o que obrigou a mudanças de última hora na estrutura da mesa, a equipa da sala foi extremamente prestável e rapidamentetínhamos mais um lugar à mesa.

O menu para o jantar ficou completamente a cargo do Augusto, a quem pedimos para organizar um menu de prova à sua vontade, com uma única restrição, não abusar nos brancos... foi bem feita para não estarmos com esquesitisses, senão vejam:


Branco 1 – Qt. Silveira 1999 (Portugal-Douro) – Pudim farinheira e sumo de maça (pequeno cubo – amuse bouche).
Cor a denotar alguma evolução mas límpido. Pouco aromático. Notas vegetais e não frutadas. Toque a gasóleo. Boca algo curta apesar da acidez elevada. Final vegetal. Ainda assim, em forma para um branco com quase 10 anos. (Notas do Rui)
Classificação: Ricardo -

Branco 2 – As Sortes 2005 (Espanha-Valdeorras) – Pargo marinado, ovas de truta e pesto de favas.
Aroma efusivo com muitas notas fumadas a tapar a fruta. A boca apanha-se algum ananás mas é a fortíssima acidez que nos marca. Existe mesmo um certo rendilhar na língua. (Notas do Rui)
Classificação: Ricardo -

Branco 3 – Lacryma Christi Dei 2006 (Itália-Feudi di San Gregoria) – Pudim de santola com creme de alho doce e espargos verdes.
Aroma contido. Alguma fruta tropical. Na boca revela notas citrinas com boa acidez. Um vinho mais “aportuguesado”. (Notas do Rui)
Classificação: Ricardo -

Generoso 4 – Qt. Casa Amarela Porto Branco – Creme de couve flor e gengibre com croquetes de cenoura.
Cor âmbar forte. Alguns torrados, caramelos muito discretos. Casca de laranja doce. Na boca apresenta-se mais doce que o aroma nos fazia prever. Alguns frutos seco, alperces. Final ligeiramente alcoólico e ardente. (Notas do Rui)
Classificação: Ricardo -

Tinto 5 – Fabre Montmayou Malbec Grande Reserva 2005 (Argentina-Mendonza) – Ravioli de massa de choco, recheio de lavagante com molho de tomate e tomilho.
Aroma marcado pelas notas muito enjoativas a baunilha, leite condensado, chocolate branco. Todo o nariz é madeira e não vinho. A boca mostra os primeiros sinais de frutos pretos, com forte acidez. Final ligeiramente alcoólico com prolongamento ardente. (Notas do Rui)
Classificação: Rui -
Ricardo -

Tinto 6 – Altesino 2004 (Itália – Rosso di Montalcino) – Risotto de cogumelos selvagens, molho de trufa branca e crocante de presunto.
Cor com tons acastanhado denunciaram a casta: 100% Sangiovese. Aroma com algum toque de couro, terra húmida e pendor vegetal. É um vinho de corpo pouco encorpado, fino, com forte acidez a frutos vermelhos. Casou lindamente com o risotto que fazia explodir a acidez a morangos silvestres. Um vinho claramente de comida e não de prova. (Notas do Rui)
Classificação: Rui -
Ricardo -

Tinto 7 – 2PR Grande Reserva 2005 (Portugal-Douro) – Bochecha de Boi, cozinhada a baixas temperaturas, em camada de puré de batata e alhos fritos.
Aroma muito fresco com notas balsâmicas. Ligeiras notas de madeira nova. A boca é impositiva marcada pela forte acidez que nos apontava claramente para outros lados que não o Douro. Um caso atípico na região que é capaz de receber mais elogios da critica pela diferença do que pela qualidade (que tem). Sinais dos tempos que vivemos.(Notas do Rui)
Classificação: Rui -
Ricardo -

Generoso 8 – Spaletti Oro Sacro 16º (Itália- Vino Bianco liquoroso dolce) – Crocante de maça, gelado de limão.
Cor amarelo dourado. Aroma com nota de lichias e maracujá doce. A boca apesar de doce tem boa acidez. Espécie de colheita tardia mas mais alcoólico (16º). (Notas do Rui)
Classificação: Ricardo -

Generoso 9 – Gould Campbell Vintage 1975 (Porto)
Cor delgada de um ligeiro vermelho e translúcido. Aroma de fruta em passa. Alguns torrados e caramelo. Na bocas as mesmas sensações caramelizadas, com corpo muito fino e acetinado. A beber sempre fresco. (Notas do Rui)
Classificação: Rui -
Ricardo -

Os vinhos foram todos servidos às cegas e tenho de confessar que eu não acertei 1 único (não vou falar sobre os palpites dos restantes comensais porque já basta eu passar vergonha), em alguns deles nem perto lá andei... como sempre digo ainda tenho tudo para aprender e para experimentar.

A experiência foi muito boa, apenas não será para repetir tão cedo em virtude dos preços proibitivos que estes jantares atingem para bolsas como a minha. Sendo que, tal como dizia o Rui, não faço isto todas as semanas porque não há carteira que aguente.

Do ponto de vista do serviço, continua tudo 5* (apenas um dos vinhos tintos estava ligeiramente quente), simpatia e eficiencia no limite máximo, mas não posso deixar de sentir a falta do Rui Rodrigues, que fazia (e suponho que continua a fazer noutro sítio, desconheço qual) do serviço de mesa algo mais do que servir pratos, principalmente na componente dos vinhos, onde tem comprovado (com os recentes prémios) que é um excelente escanção. Mas nesse aspecto a Galeria continua muito bem servida porque o Augusto sabe de vinhos como poucos.

Quero agradecer ao Augusto e à sua equipa a disponibilidade demonstrada e permanente simpatia com que nos acompanhou até ao final do jantar. Mais uma vez houve elementos do blog que tiveram de ser varridos de lá para fora, pois estavam feitoslapas, tal como no último jantar na Galeria.

3 comentário(s):

rui disse...

Ricardo,
agora é que a fizeste bonita! Então foste dizer às pessoas que afinal eu tb bebo brancos e, espantoso desplante, chego a fazer notas de prova dos mesmos!

Estou lixado, vou passar os próximos comentários a explicar porque é não dou notas (rolhas) aos brancos se na verdade os bebo.

:)
RC

teste disse...

Esse mito urbano algum dia tinha de cair...

Anónimo disse...

Estes blog está "todo pro".
qualquer dia é necessário um CEO e respectiva administração (com secretárias incluidas)
LOL


Um abraço!

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