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segunda-feira, abril 14, 2008

VinhoaCopo Convida / 10abr

Foi sob o signo do desconhecimento que decorreu o período entre o anuncio e a realização do primeiro VinhoaCopo Convida. Se aqueles que tinham intenção de aparecer não sabiam o que esperar, a verdade é que nós deste lado também não. Foi, por isso, um evento de clarificação para todos.

1ª Parte – “O Planeado”
Uma das surpresas da iniciativa foi a forma como se processou a prova: de forma cega. Tivemos três vinhos em prova e, para quem quisesse participar, montámos um pequeno jogo para animar as hostes. O objectivo não foi avaliar as capacidades de prova de ninguém, mas apenas tornar as coisas mais interessantes e conseguir produzir algumas estatísticas para enriquecer o post do dia seguinte. A ficha de prova propunha que as pessoas classificassem os vinhos, adivinhassem a região de origem e indicassem qual o intervalo de preço onde o vinho se inseria.

Os vinhos em prova e a chave do jogo:
Vinho A – Cavalo Maluco 2005 (Terras do Sado), preço > 20€.
Vinho B – “Mouro” (Qt. Mouro) (Alentejo), preço 10-20€.
Vinho C – Monte da Cal Aragonês 2004 (Alentejo), preço 5-10€.


Os resultado foram interessantes. Como é óbvio eu não participei pois conhecia os vinhos em prova. Os boletins eram absolutamente anónimos e obtivemos 10 resultados válidos.




Análise da Classificação

Foi utilizada a nossa escala de avaliação de 1-5. Algumas métricas:


Conclusões:

- Apesar de mais caro, o Cavalo Maluco teve a pior média de avaliação. Teve a única nota negativa. Ou seja, para o Grand Jury Europeen este é melhor vinho português, excluindo os vinhos do Douro, mas o nosso Pequeno Júri Local não concorda.
- Em contraponto, o vinho mais barato teve a melhor média de classificação.
- O “Mouro” foi um vinho muito consensual com todas notas junto da sua média. Obteve o menor número de notas máximas da sessão (apenas duas). O mais divergente, muito à custa da nota mais baixa, foi o Cavalo Maluco, obtendo três notas máximas da sessão. O Monte da Cal, surpreendentemente, obteve de metade dos participantes, a nota 4.


Análise da Região
Foi indicado na ficha de prova que havia dois vinhos do Alentejo e um vinho da península de Setúbal. Aqui pretendia-se descobrir o “wally”. Algumas métricas:


Conclusões
- Quase todos trocaram o Cavalo Maluco com o “Mouro”. Era expectável visto nenhum dos vinhos ser típico da região. Ninguém teve dúvidas em relação ao Monte da Cal.
- Apenas duas pessoas fizeram o pleno. Não sei se o fizeram porque desconfiaram que estava ali a armadilha da prova. :)

Análise do Preço
Foram indicadas quatro hipóteses de intervalos de preço. Aqui falhámos na explicação do objectivo. Não foi esclarecido se era pretendido que as pessoas adivinhassem em que intervalo recaia o vinho ou em qual intervalo consideravam que deveria recair o vinho. Para efeitos futuros, vamos assumir que deve ser a última hipótese a mais interessante pois permite-nos avaliar que preço consideram as pessoas justas para determinado vinho. Algumas métricas:


Conclusões:
- Ninguém conseguiu acertar nos intervalos correctos. Aliás, 70% não acertou num único intervalo. Se consideramos como correcta a ideia que as pessoas atribuíram o intervalo que acharam justo, então isto revela-nos que o preço real dos vinhos não está nivelado com as expectativas dos consumidores.
- Ninguém acertou no intervalo do preço do Cavalo Maluco (> 20€). Ou seja, todos o consideraram mais barato do que é na realidade. Até bate certo com o facto de ter sido o vinho que obteve a pior média classificativa. No entanto, é possível em futuros eventos encontrar casos em que estas duas métricas são divergentes. Significa que as pessoas conseguem separar o seu gosto pessoal do valor justo de um vinho. Se isso nunca acontecer, então teremos que concluir que estas duas dimensões de análise são indissociáveis.
- Confirmando, nesta sessão, o que eu disse em cima, o Monte da Cal foi o vinho que as pessoas percepcionaram como o mais caro.


2ª Parte – “O Imprevisto”

Se o planeado foi o prato principal, outros vinhos surgiram em provas paralelas. Assim, trouxe para prova o Porto Croft Pink para as pessoas experimentarem. Houve um representante da Casa Agrícola Horácio Simões, que se encontrava de passagem na garrafeira momentos antes do evento começar, que fez questão em oferecer-nos uma garrafa para prova do vinho Vinha Val' dos Alhos Castelão 2007. E o omnipresente João Roseira trouxe consigo um Gouvyas Vinhas Velhas 2003 que, como é óbvio, ninguém recusou.

Houve quem nos perguntasse se podia trazer algum vinho para prova. Claro que sim. Nós não vamos impedir as pessoas de partilharem o que quiserem. No entanto, vamos manter a ideia de termos em prova um conjunto de vinhos escolhidos por nós que constituirão a base do prato principal e que nos permitirão efectuar as brincadeiras referidas em cima.


3ª Parte – “O Prolongamento”

Entretanto a hora de jantar já tinha começado há muito. O espírito estava alto. Os estômagos estavam irrequietos. O mais natural foi a decisão de estendermos o jantar ao evento inicial. Excluídas as primeiras hipóteses, a escolha recaiu no restaurante do York House. Tempo de passar na garrafeira do piso de baixo para escolher alguns vinhos e “ala que se faz tarde” (o relógio andava perto das dez da noite).

No York House o espírito da prova cega continuou. O anfitrião José Tomáz Mello Breyner propôs-nos o seguinte desafio: se conseguíssemos adivinhar que vinho branco tínhamos no copo então o vinho seria oferta da casa. Ora, acertar num branco português é coisa de Zandingas e apesar do esforço da dúzia de participantes no jantar, tivemos mesmo que pagar o vinho: Fundação Oriente Colares branco. Quem é que se lembrava deste? :)

Continuámos em ritmo forte e durante o jantar (muito aromáticas as presas de porco preto) foram desfilando no copo os seguintes vinhos: PROVAM Vinha Antiga (V. Verdes), Qt. das Marias Rosé (Dão), Muxagat (Douro), Qt. de Porrais (Douro) e La Rosa Reserva (Douro). A acompanhar a sobremesa outro desafio. Mais uma vez em prova cega, tivemos o muito curioso, e em vias de extinção, generoso de Carcavelos.

Não me vou alargar muito mais, apenas agradecemos a toda a equipa do York House por nos receber tão bem a uma hora tão tardia.


4ª Parte – “O Rescaldo”

Correu bem. Penso que as pessoas presentes gostaram. Foi o arranque de mais uma carolice nossa. Não foi perfeito e temos coisas a melhor. Mas o objectivo foi comprido: convívio à volta do vinho.

Agradecemos a todos os que conseguiram aparecer. O próximo evento será no dia 08 de Maio. Já andamos a congeminar que vinhos vamos ter em prova e que estatísticas pretendemos analisar. Esperamos por todos.

Um abraço,
A malta do VinhoaCopo


p.s.(1) Este evento foi um marco importante. Apesar de estarmos várias vezes juntos nas mais diversas combinações de 2, 3 e 4 elementos, há mais de um ano e meio que nós os 5 não estávamos todos juntos. Tentávamos mas havia sempre algo à última da hora que impedia tal facto. Desta vez, o Cristo ainda tentou estragar o feito e só apareceu a tempo do prolongamento. É assim a vida. Uns tem que trabalhar para que os outros se possam divertir. :)
p.s. (2) Publicarei as minhas notas de prova num post posterior.

4 comentário(s):

AJS disse...

Por curiosidade. Quantos compareceram ao desafio? AJS

rui disse...

Caro AJS,

entre entradas e saidas, acho que coisa se cifrou perto das 15 pessoas. Sendo que nós somos logo 5portanto, não se pode dizer que tenha sido uma enchente. :)

Nós tb não estávamos à espera de muito mais. As pessoas retraiem-se muito quando não sabem ao que vão.

Vamos a ver para o próximo. Se tivermos os mesmos mais alguns, já é um sucesso. Se não, bebemos nós o vinho. Ele não se estraga. :)

Um abraço,
RC

p.s. pode ser que um dia, ao visitares as terras mouras, nos possas dar o prazer da tua companhia.

Pedro Sousa P.T. disse...

Tenho pena de ter saído ao intervalo, mas a tempo de fazer uma magnífica 1ª parte. Se soubesse que o prolongamento se iria passar no York House, teria pedido ao "Mister" para fazer essa parte final do jogo:)
Quanto ao dia 8, ainda não sei o factor laboral, mas acho que pelo menos a 1ª parte é garantida.
Mais uma vez um abraço a todos, e parabéns pelo sucesso do 1º encontro.

rui disse...

Caro Pedro,

à partida nós tb não sabiamos que ia haver prolongamento.

No entanto, deixamos aqui um aviso que, ir para tempo extra é sempre uma possibilidade. Principalmente, quando temos na nossa equipa malta de grande arcaboiço físico que aguenta com facilidade uns minutos a mais. :)

Um abraço,
RC

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