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segunda-feira, março 20, 2006

Porto Vintage 2003

Não constitui surpresa para ninguém, escrever aqui neste cantinho, que o ano de 2003 foi excelente para o vinho do porto. Em 2005 a maioria das casas produtoras efectuaram a declaração de vinho do porto vintage, consagrando assim o ano de 2003 como um ano de vintage clássico (o anterior tinha sido o de 2000).

Ora bem, como eu sou daqueles que gosto de vintage novos e tenho pouca paciência para esperar, tenho desenvolvido um trabalho de prova meticuloso e aturado (ufa, o sacrifício) sobre os vintage 2003 desde o final do ano passado.


Deixo aqui a impressão daqueles já provados:

Pintas Vintage 2003 – Aroma a fruta madura e rebuçado. Doce. Confirma na boca. Guloso e fácil. Bebe-se muito bem agora em novo.

Romariz Vintage 2003 – Demasiado fácil para vintage. Muito suave (demais na minha opinião), sem acidez torna-se mole na boca. Fruta muito madura. Para principiantes.

Qt. Vale Meão Vintage 20003 – Ainda fechado no aroma. Na boca, mostra fruta mas ainda com uns taninos aguçados. Não me parece que seja dos que mais tempo irão aguentar. Tenho aqui uma em casa que só vou abrir daqui a 1 ano a ver se na altura já arredondaram os taninos.

Osborne Vintage 2003 – Já foi alvo de crítica aqui neste blog. Sem fruta. Taninos bem presentes. Algo cru. Precisa de tempo.

Fonseca Vintage 2003 – Para mim até agora foi a estrela desta declaração. Fruta, estrutura, impacto e acidez tudo bem casado a proporcionar agora uma prova excelente e a dar garantias de resistência ao tempo. Uma delicia.

Burmester Vintage 2003 – Flores. Violetas. Na boca, sem presença de fruta evidente. Mais floral. Precisa de tempo.

Qt. Noval Vintage 2003 – Já foi alvo de crítica aqui neste blog. Aroma maduro. Bom corpo, fruta, guloso. Bebe-se muito bem já em novo.

Qt. Noval Nacional Vintage 2003 – Já foi alvo de crítica aqui neste blog. Aroma fechado sem fruta evidente. Fresco, ligeiramente adstringente mas bom. Precisa de tempo.

Taylor’s Vintage 2003 – A boca confirma o lado mais floral sentido no aroma. Forte e musculado. Precisa de tempo.

Gould Campbell Vintage 2003 – Excelente preço/qualidade. Bebe-se já com grande prazer e tem estrutura para aguentar a passagem do tempo.

Dow’s Vintage 2003 – Violetas. Químico no aroma, na boca já mostra alguma fruta. Grande estrutura, o final agarra-nos os pêlos do nariz. Precisa de tempo.


Meus amigos, como acabaram de ler, isto não tem sido fácil. Tenham pena deste escriba que ainda agora passou a dezena de vinhos provados e ainda lhe faltam provar umas 2 ou 3 vezes outro tanto para concluir o trabalho.

2 comentário(s):

Anónimo disse...

Desculpe o preciosismo, mas as suas notas de prova interessam-me pois estou a ver se me decido em relacao a umas compras:

(i) qual foi a antecedencia com que decantou as garrafas?
(ii) as impressoes que relata correspondem ao que observou num dado momento, ou sumariam a prova em varios momentos temporais? Quais?

Obrigado.

rui disse...

Em relação às suas perguntas:

1. Houve casos para todos os gostos. Numas situações foi directo da garrafa para o copo, noutras ainda passou por um decanter e logo a seguir para o copo, e por fim houve casos em que ainda deixei estar umas horas no decanter uma parte para acompanhar a evolução. Posso-lhe dizer que nem sempre a decantação com bastante antecedência melhora o vinho. Por vezes melhora mas é preciso apanhá-lo naquela janela de oportunidade em que atingiu o pico, correndo-se o risco, se a deixamos escapar, de perder alguns aromas e alguma garra na boca.

2. O Pintas e o Taylor’s provei duas vezes e em ocasiões diferentes. Nas duas ocasiões a impressão foi a mesma. Os outros só os provei uma vez. É um dilema escolher entre: "provar vários diferentes ou os mesmos várias vezes”. :)

Isto do “acto” da compra, está condicionado por dois factores:
1. Falta de dinheiro
2. Excesso de dinheiro

No 1º caso, é preciso escolher a garrafeira com os melhores preços (se for de Lisboa ou arredores aconselho a Garrafeira Nacional, tem muita coisa a bons preços), ler as notas de prova dos vários críticos, fazer avaliação das melhores relações preço/qualidade e por fim decidir-se por comprar algumas (sempre poucas) que satisfação a razão (melhores relações preço/qualidade) e a paixão (os monstros sagrados).

No 2ª caso, compra-se à caixa na garrafeira mais “à mão” os famosos (os nomes clássicos) e depois, só por que ainda sobra dinheiro, compra-se mais umas quantas garrafas daquelas marcas que “às vezes oiço falar/já li em qq lado algo sobre elas” ou que o dono da garrafeira até recomenda como muito boas.

Eu cá estou condicionado pelo 1º factor. Como tal, cometi umas pequenas (quer dizer, se calhar não são assim tão pequenas) loucuras porque queria muito provar determinados vinhos (levou a melhor o diabinho da paixão) e depois tentei seguir um pouco as recomendações dos vários críticos da nossa praça para encontrar nos vinhos mais baratos algumas boas compras (fiz a vontade ao santinho da razão).

Boas compras!

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